O valor da marca é um fator universal para as organizações em busca de diferenciação, quer as mesmas atuem em setores de elevada exposição e contactem com um público alargado, quer este contacto aconteça para um conjunto restrito de destinatários num contexto de especialização.
Face à constatação da importância universal da marca a questão é apenas uma: de que modo pode a marca potenciar atuação da organização?
Em Comunicação pensamos a marca como o denominador único da organização que agrega os elementos identificativos da mesma. Esta adquire um significado mais profundo e é utilizada como mais do que o nome, logo, símbolo ou slogan escolhidos.
Podemos, à partida, associar esta preocupação com a criação de uma marca com organizações em que a visibilidade da mesma tem um caráter mais evidente. Mas torna-se necessário compreender que o desenvolvimento do reconhecimento da marca, um conceito conhecido como brand awareness, surge como base fundamental para conseguir criar uma impressão favorável nos clientes e motivá-los a comprar um produto ou usufruir de um serviço. Estes têm de conhecer a marca e o seu significado. Apenas deste modo será possível ambicionar uma verdadeira diferenciação, conduzir tráfego para o negócio e criar buzz no mercado.
De que modo pode a marca potenciar atuação da organização?
Apesar desta relevância permanente, o reconhecimento não permanece inalterado. As novas ferramentas ao nosso dispor, associadas à evolução da Internet e das tecnologias digitais e à introdução de dispositivos e plataformas nas rotinas de cada vez mais consumidores, fazem com que os clientes se encontrem agora equipados com a capacidade de avaliar e dar a sua opinião pública sobre as marcas e a sua experiência com as mesmas. Uma marca que não aposte nesta ligação está a desperdiçar um meio fundamental para se fazer notar e construir uma imagem positiva.
Esta situação significa que estabelecer uma reputação forte para os seus produtos ou serviços, a integridade nas suas práticas de negócio e o envolvimento com a comunidade são ainda mais críticos para o sucesso a longo-prazo de uma marca e da organização a ela associada.
Obviamente que criar uma marca bem-sucedida não é uma tarefa simples. É uma preocupação contínua que implica despender tempo e esforço. E é esta capacidade de criar um posicionamento único para a organização e manter o rumo inicialmente traçado, o que não significa não fazer ajustes pelo caminho, que distingue uma marca forte das restantes.
Mais do que dizer que o nosso serviço é mais rápido, mais eficiente ou que chega mais longe, definir um posicionamento para uma organização significa definir um conjunto de valores e objetivos partilhados pelos colaboradores que se reflita no modo como atuamos e lidamos com os clientes. Mais do que dizer o que somos, é algo que se torna visível na forma como somos e como fazemos.
O posicionamento de uma organização significa o conjunto de valores e objetivos que se refletem no modo como atuamos e lidamos com os clientes
Entra aqui em jogo uma tendência cada vez mais sentida na Comunicação e que consiste na conquista de preponderância do storytelling. A informação sobre o produto ou serviço é substituído pelo contar de uma história utilizando a marca como ponto de partida, no sentido de estabelecer uma ligação com os nossos destinatários.
Esta ligação esperada pelo público, com base numa realidade de mais proximidade muda radicalmente a mensagem a comunicar. Deixámos a era do “O meu serviço é melhor que o da concorrência” para a era do “A concorrência não o faz sentir como nós”.
Esta mudança é um dos principais desafios das organizações preocupadas em chegar ao seu público. Como podemos construir narrativas que captem a atenção do cliente e a sua intenção de compra? Como contamos a história da nossa organização? Como criamos identificação e envolvência?
Estas são questões fundamentais se quiser posicionar-se como líder na relação com o seu público-alvo. Já pensou nas respostas?