Com o rápido crescimento das soluções de connected health, as empresas de Life Sciences preveem que esta área venha a representar mais de um quinto das suas receitas nos próximos cinco anos, revela um estudo da Capgemini.
O setor de Life Sciences está a passar por uma transformação significativa, com um foco crescente em soluções de connected health. Desde 2021, o número de empresas biofarmacêuticas com produtos de connected health prontos para comercialização aumentou seis vezes, e três em cada quatro empresas techmeds já têm produtos disponíveis no mercado. Esta tendência está a moldar as previsões financeiras do setor, com a maioria das organizações a estimar que a connected health representará mais de 20% das suas receitas nos próximos cinco anos, segundo um novo estudo do Research Institute da Capgemini, intitulado “The Connected Health Revolution”.
Apesar do otimismo, o estudo destaca desafios importantes. A falta de recursos adequados, incluindo a escassez de competências técnicas em áreas como IA generativa e realidade aumentada/virtual (AR/VR), é vista como uma barreira ao aproveitamento total do potencial de connected health. Thorsten Rall, Global Life Sciences Industry Leader da Capgemini, sublinha a importância de desbloquear o poder dos dados na saúde e de utilizar tecnologias inovadoras para melhorar o atendimento ao paciente e acelerar o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos.
O estudo também revela que as empresas de Life Sciences têm investido cada vez mais na integração de IA e machine learning. Desde 2021, a utilização de IA para análise preditiva em tempo real de dados de connected health quase duplicou entre as biofarmacêuticas. No entanto, o sucesso dessas iniciativas depende de uma infraestrutura de dados robusta e segura, que ainda está em desenvolvimento.
No que toca às prioridades, as empresas biofarmacêuticas estão a concentrar-se em áreas como oncologia, imunologia e cardiologia, enquanto novas áreas emergentes como saúde mental, diabetes e dermatologia estão a ganhar relevância. As techmeds, por outro lado, estão a investir fortemente em soluções digitais de saúde e dispositivos wearables.
A IA generativa também está a ser testada de forma ampla, com mais de metade das organizações a explorar o seu uso em interações entre pacientes e profissionais de saúde, bem como em outras áreas como a automação de documentação e a análise de dados. Este movimento sinaliza uma mudança significativa na abordagem ao desenvolvimento e comercialização de produtos de saúde, com a tecnologia a desempenhar um papel central.
Apesar do entusiasmo em torno de connected health, o estudo adverte que é crucial que as organizações de Life Sciences estabeleçam uma visão clara e adaptem as suas ofertas às necessidades específicas dos cuidados de saúde. Além disso, a construção de uma infraestrutura de dados escalável e segura e a colaboração com outras partes interessadas no ecossistema são essenciais para gerar valor tangível.