O crescimento global do setor da Construção deverá desacelerar de 6,1%, em 2021, para 3,6% em 2022 e 2023 devido aos efeitos da pandemia da COVID-19, segundo um estudo da Deloitte.
Ainda assim, as receitas globais das maiores empresas do mundo foram superiores a 1,819 biliões de dólares em 2021. As maiores empresas, em termos de receita, estão localizadas na China (54.5%), Japão (10,4%), Estados Unidos (8.1%), França (6.9%) e Coreia do Sul (4.4%); Mota-Engil é a única portuguesa no TOP 100 e ocupa a 77ª posição.
Apesar do impacto da pandemia e da mudança das prioridades globais de investimento, a indústria da construção continuou a crescer, ainda que a perspetiva de crescimento seja menor para os próximos dois anos, segundo o estudo Global Powers of Construction (GPoC) da Deloitte. O estudo anual revela que embora a construção tenha sido considerada uma atividade essencial na maioria dos países no ano passado, o crescimento global deverá desacelerar de 6,1%, em 2021, para 3,6% em 2022 e 2023.
As previsões económicas para a indústria abrandaram devido aos efeitos da pandemia da COVID- 19 e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, principalmente na Europa. Isto deve-se ao facto de, por um lado, a Rússia e a Ucrânia serem os principais fornecedores de aço na Europa e, por outro, as interrupções no fornecimento de petróleo e gás estarem a ter um impacto significativo nos preços da energia. Da mesma forma, as economias fortemente interligadas com a Rússia deverão ser mais afetadas pela interrupção das trocas comerciais e das cadeias de abastecimento.
Mercado da construção com otimismo moderado
“O setor da construção conseguiu manter a sua atividade a bom ritmo na maioria dos países, apesar do atual cenário macroeconómico desafiante, apresentando, por isso, boas perspetivas futuras. No entanto, devido principalmente ao contexto de guerra na Ucrânia, a tendência para os próximos anos é de alguma desaceleração”, refere Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte e Líder do setor Energy, Resources & Industrials.
Perspetiva-se que este setor manterá a sua resiliência, no entanto deverá enfrentar os impactos da falta de matéria-prima, aumentos generalizados de preços, ao mesmo tempo que se torna necessária uma mudança para modelos mais sustentáveis.
A economia global atravessa um período de grande incerteza, mas o potencial de crescimento do mercado persiste. O mercado da construção estava avaliado em 7,28 biliões de dólares, em 2021, e prevê-se que atinja os 14,41 biliões de dólares até 2030.
Nos próximos anos, espera-se que esta indústria tenha um crescimento acentuado não só pelo aumento populacional nos países emergentes, mas também por fatores como o envelhecimento da população nos países desenvolvidos, uma maior urbanização e concentração nos grandes centros urbanos, a descarbonização da economia, e a transformação digital de acordo com o estudo anual da Deloitte.
Top 100: Maiores empresas com um aumento de 14.1% em 2021
As 100 maiores empresas de construção do mundo geraram receitas superiores a 1,819 biliões de dólares durante o ano de 2021, o que representa um aumento de 14.1% em relação ao ano anterior.
A construtora Mota-Engil é a única representante portuguesa no Top 100 mundial, ocupando a 77ª posição, descendo uma posição face ao ano anterior. A empresa atingiu, no ano passado, vendas totais de 3.066 milhões de dólares norte-americanos. A Mota-Engil atingiu também uma capitalização bolsista de 446 milhões de dólares em 2021.
Mais de metade das maiores empresas do setor (em termos de receita) estão localizadas na China (54.5%). Japão (10,4%), Estados Unidos (8.1%), França (6.9%) e Coreia do Sul (4.4%) completam os cinco lugares do topo. A China tem duas empresas no Top 10 do ranking por capitalização de mercado e quatro no Top 10 do ranking por vendas internacionais.
No Top 100 GPoC, 71 das empresas registou um aumento nas vendas e apenas 49 alcançaram aumentos de dois dígitos. Em contraste, 17 empresas registaram contrações de mais 10% em receitas.
O Global Powers of Construction da Deloitte classifica anualmente as 100 maiores empresas globais de construção com base nas vendas, e as 30 maiores empresas com base na capitalização do mercado. O relatório analisa também as perspetivas macroeconómicas do sector da construção e as expectativas para os próximos anos na indústria global da construção.
Para apuramento dos resultados é feita uma análise dos principais indicadores financeiros do desempenho dos principais intervenientes em termos de receitas, capitalização de mercado, presença internacional, diversificação, rentabilidade, endividamento, e outros rácios financeiros.