Estudo ao mercado imobiliário para arrendamento na Europa aponta para uma quebra na procura de lojas e escritórios. O período pós-pandemia vai marcar uma inversão na tendência de crescimento que caracterizava este mercado, em Portugal, ao longo dos últimos anos.
A pandemia da COVID-19 provocou uma crise sem precedentes com efeitos profundos no mercado imobiliário europeu. A MVGM, líder europeia do setor de gestão imobiliária com presença em 10 países, produziu um relatório com insights sobre as medidas extraordinárias tomadas pelos diferentes governos com potencial impacto no mercado imobiliário europeu.
“É cada vez mais claro que esta crise de saúde colocou toda a Europa em estado de alerta, forçou o confinamento doméstico de milhões de pessoas, paralisou a economia, mudou as nossas vidas diárias e alterou inequivocamente os planos das empresas para 2020”, refere Walter Sas, COO da MVGM.
Como criar condições para a recuperação económica?
As estratégias comerciais serão reformuladas para fomentar a recuperação económica, uma ocupação estável dos espaços arrendados e um fluxo estável de receitas dos investimentos imobiliários.
Para Miguel Kreiseler, Managing Director da MVGM Portugal, “a pandemia provocada pelo novo Coronavírus apresenta grandes desafios para o mercado imobiliário. Neste momento a segurança dos nossos clientes, inquilinos e colaboradores está acima de tudo, mas a médio prazo a nossa vida regressará à normalidade e os desafios atuais levarão inevitavelmente à criação de respostas inovadoras. Acreditamos que neste novo contexto surgirão oportunidades ligadas à logística, reformulação dos grandes espaços comerciais e implementação alargada do teletrabalho, favorecendo o mercado imobiliário português num futuro próximo, com estrangeiros a procurar residência no nosso país pela segurança e bom clima, trabalhando à distância. Estas inovações poderão assumir-se como cruciais no regresso ao crescimento”.
Todos os dados do relatório baseiam-se na informação recolhida do portefólio sob gestão da MVGM e em publicações dos meios de comunicação social de todo o continente europeu até ao dia 31 de março de 2020. O trabalho foi coordenado pela equipa da MVGM em Espanha, liderada pela Managing Director Elisa Navarro, e inclui informação recolhida pelas equipas dos 10 mercados com escritórios da MVGM.
Este é o primeiro relatório conjunto da MVGM EMEA que analisa o impacto da COVID-19 na gestão imobiliária, em 10 países da União Europeia. Além de Portugal, também a Bélgica, Alemanha, Polónia, Eslováquia, Espanha, Republica Checa, Luxemburgo, Roménia e Holanda.
O estudo incide nas medidas tomadas pelos governos, quer limitando as deslocações e comércio, para limitar o impacto da pandemia, quer as iniciativas de apoio à economia já aprovadas e as perspetivas dos empresários. O relatório mostra ainda a evolução estatística do número de infetados e vitimas do Covid-19.
Portugal: Mercado sob pressão
No caso de Portugal, o relatório assinala a expectativa para um aumento da oferta de vagas na oferta do imobiliário comercial, em resultado de algumas empresas não resistirem ao impacto negativo nas vendas, mesmo com o apoio imediato dos proprietários e das medidas governamentais.
Também as vendas on-line continuarão a crescer, criando a necessidade de shopping centres se adaptarem a essa nova realidade, que terá agora um impacto mais rápido do que o esperado.
No mercado de escritórios, o ciclo de crescimento registado em 2019 será interrompido, com muitas empresas procurando áreas menores. A redução da procura por escritórios mais novos e / ou maiores, vai aumentar a oferta e colocar todo o mercado de aluguer sob pressão.
Também muitos inquilinos vão ter as suas atividades afetadas pela pandemia, e isso acabará por ter um impacto significativo no retorno, não só dos empreendedores, mas também dos proprietários e investidores do mercado imobiliário.