A iniciativa ‘Coimbra Space Summer School’ pretende promover o empreendedorismo e a inovação junto dos jovens com ideias de negócios que tragam à Terra o que de melhor se faz no Espaço.
O desafio é lançado a jovens investigadores, estudantes e empreendedores que, durante três dias, terão oportunidade de criar uma proposta de negócio em torno de conhecimento tecnológico atualmente desenvolvido para utilização no Espaço.
Para aderir ao programa não é preciso ser especialista em indústria espacial – esse conhecimento será partilhado por peritos – basta ser um empreendedor criativo. Todavia são requisitos de seleção ser estudante finalista de Licenciatura, estudante de Mestrado ou investigador de instituição integrada no Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN). O objetivo é aproveitar o conhecimento, tecnologias e recursos gerados nas missões espaciais e nas atividades científicas de exploração do Espaço para criar soluções inovadoras para áreas como cidades inteligentes, transportes, turismo e lazer, saúde e bem-estar, agricultura e ambiente, entre outras.
A Coimbra Space Summer School, tem participação gratuita e decorre nas instalações do Observatório Geofísico e Astronómico da UC, com a colaboração da Incubadora de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal, coordenada pelo Instituto Pedro Nunes. As inscrições terminam a 6 de julho e podem ser feitas em grupo ou individualmente.
O programa decorre de 13 a 15 de julho, das 9h30 às 22h00 e inclui Sessões Espaço e Sessões Business para os participantes aprenderem sobre as duas vertentes e como ligá-las, criando oportunidades de negócio.
Atualmente são já 13 as empresas portuguesas que estão a desenvolver projetos para utilização de tecnologia espacial no dia-a-dia, como por exemplo a Connect Robotics que desenvolveu um drone para entrega de correio ou de comida a pessoas em povoações isoladas. Também a Findster recorreu à tecnologia de geolocalização para criar um sistema que permite a localização de crianças ou animais de estimação e que não exige o pagamento de mensalidades para a sua utilização.
A tecnologia desenvolvida para o espaço permitiu que a Bluecover Technologies desenvolvesse uma pulseira capaz de medir a qualidade de uma tacada de golfe, ajudando o jogador a melhorar o swing com recurso a geolocalização e mapeamento do campo. É através dos dados de satélite de Observação da Terra que a aplicação SOUL, desenvolvida pela Space Layer Technologies, fornece alertas sobre a qualidade do ar a pacientes com doenças respiratórias, minimizando o impacto da poluição nas suas vidas.
A LusoSpace, uma empresa que trabalha na área da realidade aumentada para os astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA), desenvolveu a tecnologia EyeSpeak que, através de uns óculos especiais é possível ajudar pessoas com elevadas limitações motoras ou de comunicação. Esta tecnologia projeta um teclado virtual no campo de visão do paciente e, através de uma microcâmara é possível perceber para que tecla o utilizador está a olhar, permitindo escrever um texto ou controlar uma cadeira de rodas, ar condicionado ou televisor.
O Instituto Pedro Nunes faz parte da rede de Brokers de Transferência de Tecnologia da Agencia Espacial Europeia (ESA), apoiando a conversão da tecnologia espacial para mercados não espaciais e divulgando as melhores e mais promissoras tecnologias espaciais desenvolvidas por universidades e empresas portuguesas.