A implementação da nova Diretiva de Segurança de Redes e Informação (NIS2) poderá implicar um custo adicional de 529 milhões de euros para a economia portuguesa, segundo o estudo “Implications of new cybersecurity measures in Portugal”, elaborado pela Frontier Economics.
As novas medidas de cibersegurança visam reforçar a robustez e resiliência das organizações, beneficiando tanto a economia como os consumidores. No entanto, é essencial garantir uma implementação adequada para equilibrar os benefícios com os custos que serão impostos às empresas e à sociedade.
As autoridades portuguesas têm, até agora, implementado políticas proporcionais e orientadas para a natureza técnica dos riscos. Contudo, os especialistas da Frontier Economics alertam para possíveis impactos negativos decorrentes da introdução de fatores não-técnicos, como critérios geopolíticos, nos processos legislativos.
Clive Kenny, Manager da Frontier Economics, afirma: “A introdução de critérios não-técnicos pode resultar em impactos negativos para empresas e consumidores, gerando aumentos de custos, como os resultantes de menor concorrência e inovação, de forma desproporcional aos riscos técnicos de cibersegurança.”
Fragmentação das Políticas de Cibersegurança na Europa
Outra preocupação destacada na pesquisa é a fragmentação das políticas de cibersegurança a nível europeu. A aplicação não uniforme da anterior Diretiva NIS permitiu aos Estados-Membros uma grande margem de manobra na transposição, resultando em custos adicionais e afetando o livre movimento de produtos e serviços na União Europeia. Para a Frontier Economics, a transposição da NIS2 deve estar estreitamente alinhada com a diretiva para evitar tais problemas.
O estudo “Implications of new cybersecurity measures in Portugal” foi encomendado pela Huawei à Frontier Economics. A Frontier Economics é uma consultora económica internacional fundada em 1999, que presta aconselhamento em áreas como Automóvel, Tecnologia, Saúde, Energia, Transportes e Serviços Financeiros.