A taxa de desemprego em Portugal registou o valor mais alto de 2024, atingindo 6,7% em novembro, com 363.800 pessoas desempregadas. O aumento reflete dificuldades crescentes entre profissionais menos qualificados, enquanto o Algarve lidera em variações mensais.
De acordo com a análise da Randstad Portugal, baseada nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e Segurança Social, novembro de 2024 registou o maior número de pessoas desempregadas do ano, totalizando 363.800. Este aumento corresponde a uma taxa de desemprego de 6,7%, um crescimento de 3,1% face ao mesmo período de 2023, traduzindo-se em mais 11.000 pessoas desempregadas.
A subida afetou principalmente os homens, onde o desemprego aumentou 1,9%, enquanto nas mulheres houve uma redução de 1,2%. Entre os jovens, o desemprego também diminuiu (- 0,9%), concentrando-se a subida no grupo de adultos com idades entre os 25 e os 74 anos.
O Algarve registou o maior aumento de desemprego, com uma variação mensal de 55,7%, devido ao fim da “época alta” turística, fenómeno habitual na região. Por outro lado, o desemprego diminuiu na região Centro e manteve-se estável na Madeira.
A baixa qualificação continua a ser um fator determinante no desemprego. Segundo o IEFP, 87,6% dos desempregados não possuem qualificações além do ensino secundário, sendo que 41,9% apenas concluíram o ensino básico. Dentro deste grupo, os profissionais não qualificados representam 28,6% (89.057 pessoas), seguidos pelos trabalhadores de serviços pessoais, proteção e segurança e vendedores (20,3%).
Apesar do aumento do desemprego, os dados do INE revelam que o número de pessoas empregadas também subiu ligeiramente em novembro, totalizando 5.107.000 empregados, marcando um recorde histórico de emprego no país.
Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, reforça a importância da qualificação no combate ao desemprego: “Os dados têm-nos revelado alguns sinais positivos ao longo dos últimos meses. No entanto, o aumento do desemprego entre pessoas com menos qualificações sublinha a necessidade de investir na formação dos trabalhadores. Os jovens, essencialmente, devem perceber que continua a fazer sentido apostar na sua educação e em estudos que abram portas a profissões mais qualificadas e melhor remuneradas.”