Cada vez mais a saúde mental dos empresários tem vindo a ser tema de estudo, especialmente devido ao stress tão característico do trabalho e à solidão natural da profissão. A The Alternative Board, com já mais de 25 mil empresários na sua rede mundial, é uma das entidades que conhece bem os desafios enfrentados por quem tem um negócio próprios e as consequências que podem ter na saúde mental.
Trata-se de uma situação séria e delicada, como todos os problemas do foro psicológico tendem a ser, mas não é o fim do mundo nem tem de ser motivo para uma reviravolta. Com pequenas alterações na rotina diária, é possível manter uma mente sã enquanto se luta pelo sucesso.
“Cada vez mais se fala do burnout, e com razão”, diz Rita Maria Nunes, Country Manager da TAB Portugal. “Quando vários estudos mostram que cerca de 25% da população portuguesa apresenta sintomas de burnout, devemos mesmo começar a ter mais atenção e cuidar de nós próprios.”
Rita Maria Nunes deixa aos leitores do Empreendedor algumas dicas para que o burnout não o apanhe desprevenido.
Evite estar sozinhos
O famoso networking é um ponto que se revela fundamental, em vários aspetos. Além de ser uma grande ajuda quando se quer fazer crescer o negócio, uma lista de contactos é também um bom apoio nas alturas em que se está mais em baixo.
Quer seja para pedir conselhos numa situação que está a causar mais stress e sobre a qual também têm alguma experiência, ou apenas para desabafar um pouco, mesmo a lista telefónica de trabalho tem sempre alguém que nos pode ajudar.
Os hobbies não são uma perda de tempo
Apesar de no meio empresarial existir a mentalidade de que a vida é o trabalho, se for mesmo assim, torna-se difícil evitar o burnout. Deve-se tentar sempre arranjar algum tempo para se abstrair e uma das melhores maneiras de o fazer é encontrar algum hobby.
Seja um desporto, algo mais virado para as artes ou até mesmo um daqueles interesses mais de nicho que dão tanto gozo, estes momentos de entretenimento que permitem a separação da vida pessoal e o trabalho são muito valiosos.
Pelo menos um dia de pausa
No seguimento do ponto anterior, trabalhar sete dias por semana não deveria ser uma opção.
É importante tentar fazer pelo menos um dia de pausa por semana, sendo que a pausa tem mesmo de significar um afastamento do trabalho. São dias em que só se está contactável para emergências porque, por muito que custe acreditar, o mundo não acaba por se dar prioridade à saúde mental por um dia que seja.
Cuide de si
Qualquer psicólogo dirá que a saúde mental e a saúde física estão interligadas. Custa ouvir, especialmente tendo em conta os níveis de sedentarismo crescentes que afetam cada vez mais profissionais, mas mexer o corpo também faz bem à cabeça.
Para lá do exercício físico, cuidar da saúde física envolve uma boa alimentação (equilibrada e a tempo e horas, sem saltar refeições) e noites bem dormidas.
Procure ajuda profissional
Estas dicas são uma ajuda para prevenir o burnout, mas, por vezes, podem não ser suficientes, o que não é motivo para desesperar. Ainda hoje existe algum estigma que pode ser um obstáculo e que impede muitos de pedirem ajuda a profissionais de saúde mental, mas tem vindo a diminuir nos últimos anos, especialmente com a pandemia, e ainda bem que é essa a tendência.
A saúde mental é uma das grandes preocupações deste século, e seria um grande benefício para todos se houvesse um maior cuidado com ela. No dia-a-dia, quando há um problema, tenta-se sempre resolvê-lo da melhor forma possível, e um burnout não devia ser diferente. Se a melhor solução é encontrar apoio profissional, então é esse o caminho que se deve seguir.