Marco Rodrigues, na sua música O Tempo contempla duas frases que se podem transcrever para o mundo profissional: “O tempo não espera pela gente se não fugirmos daqui / Sei que não vai ser diferente, só por dizer que sim”. Como poderemos, assim, utilizar da melhor forma o tempo, esse bem tão precioso, senão o mais precioso, que temos atualmente?
Há três marcos na criação de valor na humanidade. A criação da moeda metálica, com um valor padronizado pelo Estado, que foi levada a cabo pelos Gregos, no séc. VII A.C. Depois disso, o papel-moeda, com origens na China, no ano 960, mas que caiu em desuso no séc. XIV. Por fim, o que nos é mais comum, o aparecimento das notas na Suécia, em 1661, que se disseminou pelo mundo. No séc. XXI, o maior valor que podemos ter é, indubitavelmente, o tempo e a sua boa gestão.
Passamos, na teoria, oito horas a dormir, oito horas (ou mais) a trabalhar e o resto para lazer, onde temos de incluir as viagens, trânsito, compras e refeições. Que tempo temos para aproveitar a vida? Para nos divertirmos? Para descansarmos e nos informarmos, fazendo também os nossos passatempos preferidos? O projeto Venus (informação aqui) abre as hostilidades e demonstra que, apesar de ainda ser utópico, temos obrigatoriamente que dar mais valor ao nosso tempo e não tanto aos recursos financeiros.
O balanço entre a vida pessoal e profissional é uma das skills mais importantes para as gerações deste novo século. Com as constantes dispersões no quotidiano, com o pouco tempo para socializar, o tempo em viagens e o cansaço que se vai acumulando, teremos que saber dar prioridade àquilo que nos satisfaça e aos que nos rodeiam.
Há algumas disciplinas de coaching – apesar de não me identificar com as mesmas – há uma classificação que deve ser feita para todas as tarefas que fazemos diariamente, nomeadamente: Urgentes e importantes, urgentes e não importantes, não urgentes e importantes e não urgentes e não importantes. No entanto, há linhas ténues em que se inserem determinadas tarefas que poderão cair para mais do que uma classificação. E isto implica, obviamente, perder tempo a classificar.
Então, há uma fórmula para tal?
Não há uma receita mágica e dependerá das opções e objetivos de cada um. O melhor será, primeiro, ter um emprego que nos desafie, que nos obrigue a ir mais longe, que nos faça colaborar com pessoas que nos inspirem e que, no fim do dia, nos sintamos realizados. Conseguirmos ser premiados por bons trabalhos realizados, com boas equipas, ou até aprendermos com os erros sem sermos crucificados é um bom presságio.
Tentar aproveitar os tempos mortos, como intervalos, almoços ou viagens para ler, ouvir podcasts, notícias ou calendarizar atividades pode, também, ajudar a ter dias e semanas menos desordenados. Deixar um pouco de lado as redes sociais, que nos obrigam a despender demasiado tempo e que pouco ou nenhum retorno nos traz.
A família, amigos e animais nunca poderão ser vistos como tempo mal gasto, mas sim como um investimento em memórias e conversas que nos marcam.
Por fim, encontrem atividades e hobbies que vos preencham o que vos falta durante o dia. Seja a nível desportivo, social, com mais adrenalina, de isolamento ou que vos levem para fora da vossa zona de conforto. E aproveitem. O máximo possível.
Despeço-me, agradecendo, o vosso maravilhoso tempo para a leitura deste artigo.