Ecossistema empreendedor português cresce duas vezes mais que a média europeia

O estudo Startup Europe Partnership (SEP), realizado em parceria entre a Mind the Bridge e a Beta-i, analisou as startups portuguesas e concluiu que o ecossistema empreendedor em Portugal está a crescer duas vezes mais rápido do que a média europeia.

No ano passado, foram atribuídos mais de 130 milhões de dólares em novos financiamentos, o que representa 40% do valor total dos financiamentos recolhidos entre 2010-2016. Este impulso no investimento em startups portuguesas no último ano é revelador da ascensão do cluster de inicialização empresarial nacional.

PORTUGAL RISING. OH YES!n’Portugal Rising’ era o título do relatório publicado em 2015 mas, na edição deste ano Alberto Onetti, coordenador do estudo, sublinha a ideia alterando o título para ‘Portugal Rising. Oh yes!’ Para os autores do relatório, a tendência de crescimento não só se manteve, como se acentuou neste ultimo ano e meio.

O Startup Europe Partnership identificou 67 scaleups em Portugal, com 350 milhões de dólares captados, e Lisboa foi considerada o ‘Hotspot das Scaleups portuguesas’ responsável por 221 milhões de dólares de aumento de capital, e concentrando 27 das scaleups nacionais.

Das 17 empresas portuguesas de TIC que alcançaram a fase de Exit desde 2010, 65% foram nos últimos dois anos. Em termos absolutos, Portugal ocupa o 15º lugar no ranking dos ecossistemas de escala europeia. ‘Ao olhar para os dados portugueses, devemos ter em conta que, além da pequena dimensão da economia portuguesa, o ecossistema é bastante jovem. 76% das scaleups detetadas foram criadas após 2010 – a média europeia é de 67% – e quase metade delas foi fundada após 2013’, observa Alberto Onetti, presidente da Mind the Bridge e Coordenador da Startup Europe Partnership.

Quatro em cada cinco das empresas mais financiadas em Portugal são ‘empresas duplas’, startups fundadas em Portugal mas que mudaram a sua sede para o exterior, ainda que mantendo as operações mais relevantes no país de origem. O destino escolhido foi quase sempre os Estados Unidos, e Silicon Valley a principal opção.

Para Ricardo Marvão, cofundador e chefe de projetos globais da Beta-i, ‘é interessante notar que os investidores internacionais têm um papel central no desenvolvimento do ecossistema português. 62% do capital disponibilizado para vem do exterior. Eventos internacionais como a Web Summit, o Lisbon Investment Summit e o Scaleup Porto têm sido muito importantes no crescimento de scaleups portuguesas ‘.

Outro dado significativo é a baixa ‘mortalidade’ entre das scaleups portuguesas. Apenas 1 empresa que cegou a esse patamar de evolução das startups ficou sem negócios. A proporção (1,9%) está entre as mais baixas que registadas na Europa.

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