A poucos dias do arranque do novo ano letivo, o Portal da Queixa analisou os dados referentes às reclamações dos consumidores no setor da Educação e que traduzem alguns dos problemas com que se deparam os portugueses no regresso às aulas.
Dificuldades no processo das matrículas online, dificuldades referentes aos vouchers disponibilizados pelo programa MEGA, falta de vagas, são alguns dos principais motivos das queixas que, desde o início do ano e até 9 de setembro, já contabilizaram mais de 700 reclamações. Um crescimento de 133% face ao ano anterior.
Numa altura em que toda a comunidade escolar vive dias de incerteza e de apreensão face à efetiva segurança no regresso presencial às aulas em tempos de Covid-19, uma análise feita pela equipa do Portal da Queixa revela que outros problemas estão a inquietar os portugueses, nomeadamente, os pais e os encarregados de educação que, entre 1 de janeiro e 9 de setembro, reportaram à maior rede social de consumidores e marcas do país, um total de 767 reclamações no âmbito do setor da Educação. Um aumento expressivo face a 2019, que no período homólogo, registou apenas 329 queixas.
As dificuldades em aceder ao Portal das Matrículas – o site através do qual se processaram, este ano, as matrículas ou sua renovação -, os problemas referentes com os livros escolares, concretamente, com os vouchers MEGA (Manuais Escolares Gratuitos) disponibilizados online pelo Ministério da Educação (ME), bem como, as dificuldades técnicas verificadas no acesso a ambos os portais, foram algumas das principais reclamações registadas no Portal da Queixa no setor da Educação.
A análise da equipa ao setor da Educação permitiu verificar que relativamente ao processo das matrículas online houve um crescimento exponencial das reclamações (609 queixas em 2020), um disparo de 601%, comparativamente com as 87 queixas verificadas em 2019.
Para além das reclamações relacionadas com as matrículas online, com os vouchers MEGA, com o difícil acesso aos portais do ME e de outras questões relacionadas com os livros escolares, há ainda portugueses que reclamam da falta de vagas para alunos, da não colocação dos alunos nas escolas solicitadas e da falta de resposta dos organismos afetos ao ME.
No Portal da Queixa, a página do Ministério da Educação apresenta uma taxa de resposta de apenas 26.2% e de 6.3% de taxa de solução, deixando os consumidores, na maioria das vezes, sem qualquer tipo de resposta. O Índice de Satisfação do ME está pontuado em 16.9 (em 100).
Na opinião de Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust: “Infelizmente, todos os anos, temos vindo a receber relatos de experiências negativas na utilização dos canais digitais do estado, através das reclamações que recebemos dos cidadãos portugueses. Em épocas sazonais como esta ou do acesso aos livros escolares, por via do MEGA, as plataformas afetas à educação, manifestam muitas fragilidades na gestão do tráfego inerente ao número de pais que necessitam, por obrigação, de utilizá-las. Como plataforma digital, entendemos as dificuldades associadas à manutenção e desenvolvimento que permitam uma navegação segura e capaz, contudo sabemos que é possível a execução da mesma com o sucesso expectável.”
O Portal da Queixa é uma plataforma portuguesa lançada em junho de 2009. Hoje, posiciona-se como a maior rede social de consumidores e marcas do país, com mais de 450.000 utilizadores registados, sendo visitada por mais de 1.8 milhões de consumidores mensais.