Educação Tecnológica Pode Reduzir o Défice de Inovação na Europa

Luís Silva, da Porto Tech Hub, e Inês Gouveia, da Fundação Santander, defendem que a formação tecnológica podem transformar Portugal e a Europa num polo de inovação.

Foto de Porto Tech Hub

Face ao declínio competitivo da Europa, relativamente a outras potências mundiais, como sublinhado no recente relatório de Mario Draghi, a aposta na educação tecnológica e na colaboração entre setores surge como resposta ao chamado innovation gap.

Com o objetivo de enfrentar estes desafios a Porto Tech Hub, com o apoio da Fundação Santander, lançou um conjunto de cursos, que denominou SWitCH, para dar resposta à crescente procura por profissionais qualificados em Tecnologias de Informação (TI).

Em entrevista ao Empreendedor, Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub, e Inês Gouveia, representante da Fundação Santander, discutem como a formação tecnológica e a sinergia entre instituições privadas e académicas podem transformar Portugal e a Europa num polo de inovação.

A importância de preencher o innovation gap

“A Europa está a perder gás no que toca à inovação e crescimento económico quando comparada com os EUA e a China”, alerta Luís Silva. Segundo o presidente da Porto Tech Hub, a disparidade tecnológica resulta de um descompasso entre o desenvolvimento tecnológico e a preparação do capital humano. Para combater este défice, iniciativas como os cursos SWitCH, promovidos pela Porto Tech Hub, especializam e requalificam profissionais, preenchendo lacunas deixadas pela formação tradicional.

Além disso, o apoio de parceiros estratégicos, como o Santander, ajuda a alavancar projetos educativos e a torná-los mais inclusivos. “A conjugação de esforços entre empresas e instituições privadas não só mitiga o défice de inovação, como também acelera o desenvolvimento de competências em áreas estratégicas, como inteligência artificial e cibersegurança”, afirma Luís Silva.

Na foto: Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub

Requalificação tecnológica e desenvolvimento regional

Requalificar profissionais é uma tarefa desafiante, mas vital para dinamizar regiões como o Norte de Portugal. “Estes cursos não só criam oportunidades para os participantes e as suas famílias, como também ajudam a consolidar ecossistemas tecnológicos robustos”, explica Luís Silva. Para facilitar a transição para o mercado de trabalho, a Porto Tech Hub oferece estágios aos melhores alunos dos cursos SWitCH e atrai empresas internacionais para a região.

Esta abordagem traduz-se em novos investimentos e na criação de empregos, reforçando o papel de hubs tecnológicos como motores económicos. “O Norte tem o potencial de se tornar um centro de excelência tecnológica, atraindo talento e inovação”, acrescenta Silva.

Na foto: Inês Rocha Gouveia, Head of Santander Universities, na Fundação Santander

A colaboração como motor de inovação

Para Inês Gouveia, da Fundação Santander, a parceria entre o setor privado, as universidades e outras instituições de ensino é essencial para preparar as próximas gerações. “Mais do que aprender ‘gestão’ ou ‘engenharia’, é crucial capacitar os jovens com competências do futuro, como pensamento crítico, resiliência e liderança”, sublinha.

Inês destaca a importância de iniciativas que aproximam o setor privado da academia, como a parceria entre a Fundação Santander, a Porto Tech Hub e o ISEP. “Ao alinhar a formação académica às necessidades das empresas, promovemos a transferência de conhecimento e impulsionamos o crescimento económico.”

Além disso, a colaboração entre as entidades permite que inovações criadas nas universidades cheguem ao mercado. “O setor privado tem um papel crucial na aplicação prática de ideias e investigações desenvolvidas nas universidades, tornando-as relevantes e economicamente viáveis.”

Foto de Porto Tech Hub

Transformar a Europa num polo de inovação tecnológica

Exemplos como os cursos promovidos pela Porto Tech Hub e o apoio da Fundação Santander mostram como uma abordagem integrada pode fortalecer as competências STEM na Europa. Contudo, como destaca Inês Gouveia, ainda há trabalho a fazer: “É essencial aumentar o acesso a formações tecnológicas e fomentar uma cultura de inovação que una poder local, academia e indústria.”

A formação em áreas STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática) e a promoção de competências empreendedoras são passos fundamentais para colocar a Europa no caminho do sucesso tecnológico e económico.

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