Em Busca do “Para quê”

Não querendo estragar o sonho de ninguém, e possivelmente porque na minha juventude também passei por uma experiência similar, começo por fazer uma pergunta simples curta e direta: ‘Para quê?’ Algumas pessoas insistem no que é tão óbvio para elas: ‘o dinheiro é tudo!’ Outras começam por ficar melindradas, mas o que é facto é que a minha pergunta leva-os essencialmente ao espanto de nunca terem pensado nisso, chega inclusive a criar-lhes uma certa confusão interna.

Com o objetivo de ajudar estas pessoas, continuo com a minha provocação afirmando: ‘o dinheiro não motiva!’ Ou seja, se ganharem muito dinheiro, ou apenas dinheiro, o que pode acontecer é que nessa altura poderão não saber o que fazer com ele…

Numa visão de curto prazo, o ganho rápido de dinheiro até pode ser possível nesta atividade, contudo, o mais certo é que o ganho abrande, o que acaba por originar falta de estímulo. É um pouco como um carro que é muito veloz e potente, mas que anda quase sempre sem gasolina. Para manter uma constante motivação tem de haver um propósito, um motivo, o… ‘para quê’.

Pessoas, empresas, projetos ou até marcas, alimentam a sua visão de médio e longo prazo definindo um ‘para quê’, é a partir deste propósito que se motivam para mover, vibrar, crescer sem nunca mais parar, e sempre na direção que consideram a direção certa para si. Todas as empresas grandes ou pessoas de sucesso que perduram no tempo sabem que isto é um facto.

Muitos chamam este ‘para quê’ de missão, e até a penduram em vários sítios visíveis para estar sempre presente, outros chegam a expô-la para o exterior, para se poderem dar a conhecer a si e ao seu propósito. Independentemente do que se faça, ou como se encara, o propósito está definitivamente ligado ao autoconhecimento e este é definido pela identidade, que por sua vez vai responder aos porquês, ao ‘porque faço esta atividade’. Mais uma vez o dinheiro não poderá ser a resposta, mas sim o meio para chegar a um fim.

Transformar o esforço numérico de um resultado, dando-lhe a devida importância que o mesmo tem para a pessoa que o atinge e que vê finalmente o seu propósito a ser cumprido, será porventura a fórmula mágica da motivação e melhor ainda, da auto-motivação.

A motivação é dirigida ou direcionada através dos nossos valores e convicções que se irão encarregar de indicar a direção. Mas a partir do momento em que eu tenho um ‘para quê’, ou seja, uma motivação bem definida e alinhada com uma direção clara, eu posso andar, eu posso atrever-me a fazer, pois tenho grandes hipóteses da minha empresa, projeto ou marca dar certo e perdurar no tempo. Aliás, agora vai parecer mais fácil responder a perguntas tais como: ‘como faço as coisas?’; ‘Do que sou capaz?’. É aqui, nesta fase que entram as competências e habilidades que devem estar sempre bem alinhadas, pois vão permitir-me definir o que faço, e ainda, onde e quando.

Apesar deste exercício se poder fazer em qualquer altura das nossas vidas, será sempre aconselhável fazê-lo no início de uma nova atividade, projeto, ou marca. Pode ainda ser feito quando se começa um novo ano, uma nova vida, ou sempre que se tenha dúvidas sobre o caminho que se está a seguir.

Descubra o seu ‘para quê’ e deixe fluir…

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