Para muitos, o destino de um profissional parecia traçado com a certeza de uma lei da natureza ou de uma proposição matemática integralmente demonstrada. Assim como o calor flui dos corpos de maior temperatura para os de menor temperatura, o indivíduo iria do berço à escola/universidade, daí para um emprego e, depois de décadas de leal labor, do emprego passava para a aposentadoria.
Assim como os ângulos internos de qualquer triângulo, necessariamente, somam 180 graus, independentemente de suas características específicas, um profissional, qualquer que fosse o seu ramo de atividades e quaisquer que fossem as suas qualidades, não poderia ter esperança de conseguir renda a não ser na condição de empregado. De preferência, de uma grande e sólida empresa.
Em verdade, mesmo quando era mais geral do que hoje a crença neles, esses enunciados nunca foram verdades absolutas e, atualmente, alguns fatores têm enfraquecido especialmente a crença no conteúdo deles.
Entre os fatores que, no Brasil, mais têm influenciado as pessoas a empreender estão, sem dúvida, as consequências da crise que começou no início de 2015. Essa crise ceifou milhões de empregos e fez explodir a quantidade de desempregados. Além disso, as expectativas modestas de crescimento da economia nacional, mesmo depois de vários trimestres de retração, a perda de poder de compra dos consumidores e o alto endividamento das famílias brasileiras fizeram com que muitas empresas adiassem investimentos, o que limitou a extensão da recuperação econômica e da geração de empregos.
O próprio fato de haver milhões de pessoas a mais procurando emprego aumenta as competições pelas relativamente poucas vagas abertas e serve como um freio (ou mesmo redutor) para os salários.
A crise fez explodir a quantidade de desempregados, aumentando a competição pelas poucas vagas e reduzindo salários
Acrescente-se a esse quadro a Reforma Trabalhista, que, aprovada com o objetivo de flexibilizar as leis trabalhistas e facilitar a geração de empregos, reduziu alguns direitos do trabalhador e reduziu seu poder de barganha ao estabelecer, por exemplo, que ele passou a estar sujeito a pagar à custa do processo trabalhista em caso de derrota.
De passagem, pode-se mencionar que as discussões sobre a Reforma da Previdência e os cortes que deverão ser operados em seus benefícios para, segundo o governo, mantê-la viável devem ter criado dúvidas nos trabalhadores quanto à capacidade (e disposição) do governo de cumprir os compromissos assumidos anteriormente com os trabalhadores.
Procurar meios de prover a si mesmo na velhice, seja fazendo um plano de previdência complementar, seja poupando e investindo, para não depender totalmente do INSS, deve ter passado para o topo da lista de afazeres de boa parte dos trabalhadores. Empreender é uma das opções para resolver esse problema.
Em suma, devido a circunstâncias de origem recente, muitos trabalhadores viram-se desempregados e incapazes de conseguir um emprego ou tiveram que aceitar empregos menos bem pagos ou sentem que podem ser vítimas da próxima rodada de demissões coletivas ou estão insatisfeitos com seus empregos, mas pensam haver pouco o que possam fazer no âmbito do mercado de trabalho.
Descubra algo que você ama e tem paixão em fazer e invista nisso
Além dos fatores conjunturais que marcam o momento presente, existem ainda alguns fatores mais permanentes que tornam a ideia de empreender bastante atraente. E para te inspirar ainda mais, ajudando a refletir sobre Empreender ou não Empreender, eu tenho algumas dicas poderosas para você:
1) Descubra algo que você ama e tem paixão em fazer: Pergunte-se o que você faria mesmo se fosse de graça, em qualquer momento, ou algo que você nem perceba pelo tempo passar;
2) Escolha parceiros confiáveis para te ajudar nessa empreitada: Quem são as pessoas que você confia e poderia contar nesse começo? Você não pode pagar? Faça permutas, troque serviços ou produtos, você certamente tem algo a oferecer, que alguém esteja interessado;
3) Pesquise como está o mercado para venda desse produto ou serviço: Será que após a pesquisa ainda é nisso que você quer empreender?
4) Pense em algo que reflita seus valores: Você sente-se confortável ao oferecer esse produto ou serviço? Isso te motiva? O que te faz brilhar os olhos?
5) Seja persistente, se você realmente deseja empreender, vá buscar isso!
Desafios sempre existirão, empreender é sair da zona de conforto e ir além das nossas limitações e bloqueios emocionais e mentais, saiba que é uma seara extremamente desafiadora, porém gratificante, ao menos sob o meu pontos de vista…