A pandemia tem arrasado com o sector dos serviços desde março 2020, e as empregadas domésticas não foram exceção: perderam 40% dos clientes e viram-lhes reduzidas as horas de trabalho. A grande maioria está mesmo a tentar viver com apenas 250€ por mês, tais são as quebras.
A insegurança por parte dos clientes em receber pessoas alheias ao agregado familiar, levou a uma quebra de 240€ mensais a cada profissional, o que representa quase 50% dos seus lucros habituais, revela o inquérito realizado pela Fixando.
“O facto das pessoas também estarem mais tempo em casa, fez com que passassem a fazer as limpezas sozinhos. Este fator, quando conjugado com os impedimentos de deslocação provocados pelas medidas restritivas, resultam num cenário catastrófico para estes profissionais”, revela Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da plataforma.
Feitas as contas, 62% dos profissionais inquiridos, estão a receber menos de 250€ por mês, que se traduz numa quebra bastante acentuada, quando comparada com períodos de trabalho pré-pandemia.
Este estudo, realizado pela plataforma de serviços para trabalhadores independentes, revelou que entre os clientes que contratam os serviços da plataforma, apenas 36% dos questionados têm empregada doméstica, sendo que gastam um valor médio de 270€ por mês, em serviços com uma regularidade de 1 a 3 vezes por semana.
Para os que não recorrem a estes serviços, apontam como principais motivos não sentir necessidade (50%), falta de disponibilidade financeira (35%), não ter encontrado uma pessoa de confiança (15%) e insegurança devido ao contexto pandémico (6%).
A insegurança não parte só dos clientes mas também dos profissionais, cujos 39% se sentem desconfortáveis em realizar limpezas, devido ao risco de contágio. Ainda assim, não pararam de o fazer, devido às dificuldades financeiras que enfrentam neste momento.
“Na Fixando, conseguimos concluir que há de facto uma quebra acentuada na procura por estes serviços, sendo que, após abril de 2020, foi possível uma ligeira recuperação que durou até setembro, onde os valores da procura voltaram a cair. Com uma recuperação mínima em janeiro de 2021, o sector volta a sofrer o impacto do confinamento no mês de fevereiro, conseguindo recuperar em março, ainda que para valores muito afastados da realidade pré-pandemia” explica ainda a mesma responsável.
Apesar da acentuada quebra na procura, o preço dos serviços de limpeza doméstica não sofreu oscilações, rondando os 8 euros por hora, entre os profissionais do setor inscritos na plataforma Fixando.