Emprego aumenta e taxa de desemprego desce para 6,4% em agosto de 2024

Emprego aumenta e taxa de desemprego desce para 6,4% em agosto de 2024, mas dados do IEFP mostram cenário contraditório

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Segundo a análise da Randstad aos dados do INE e IEFP, a taxa de desemprego em agosto de 2024 situou-se nos 6,4%, com 347.700 pessoas desempregadas, uma queda de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior. O número de pessoas empregadas aumentou em 11.200 (+0,2%), ultrapassando os 5 milhões de trabalhadores, embora as ofertas de emprego tenham caído 16,6% em relação ao ano anterior.

Apesar desta tendência positiva, o IEFP apresentou dados contraditórios, registando o segundo pior agosto dos últimos 10 anos, com um aumento mensal superior a 8 mil desempregados. No entanto, a análise do mercado de trabalho mostra um comportamento diverso por região e faixa etária.

O aumento do desemprego, segundo os dados do IEFP, foi mais acentuado na Região Metropolitana de Lisboa (+8.245 pessoas, +8,2%), na Região Norte (+7.052 pessoas, +6,0%) e no Centro (+2.921 pessoas, +7,1%). Por outro lado, as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira registaram uma diminuição do desemprego homólogo, com quedas de 11,9% e 10,1%, respetivamente.

mais de 12 milhões de desempregados na Europa

Diferenças entre dados do INE e do IEFP

A divergência entre os dados do INE e do IEFP deve-se à diferença nas metodologias usadas. O INE baseia-se em inquéritos trimestrais às famílias, considerados representativos da população ativa, enquanto o IEFP contabiliza os desempregados registados nos centros de emprego. Esta diferença metodológica pode explicar os cenários contrastantes observados.

A queda da taxa de desemprego registada pelo INE foi acompanhada por uma melhoria no mercado de trabalho para certas faixas etárias. Os jovens registaram uma queda acentuada no desemprego (-11.800, -14,5%), enquanto entre os adultos houve um aumento de 4.100 pessoas desempregadas. Em termos de género, mais mulheres saíram da situação de desemprego (-3.500, -1,9%) do que homens, cujo desemprego aumentou em 9.700 pessoas (+6,0%).

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Contexto de “Silly Season” e Perspetivas

A análise destes dados, pela Randstad, revela que o mercado de trabalho em agosto continua a ser influenciado pela “silly season”, período de verão em que muitos setores, particularmente ligados ao turismo, atingem picos de atividade, mas os contratos temporários também terminam, impactando o número de desempregados. No entanto, apesar deste contexto, a Randstad destaca uma tendência positiva geral, com a queda da taxa de desemprego e o aumento do número de pessoas empregadas.

“Apesar de agosto ser naturalmente um mês de ‘silly season’, os números publicados mostram uma tendência positiva, com o emprego a aumentar e a taxa de desemprego a descer. Ainda assim, os dados do IEFP mostram uma realidade que não deve ser ignorada, com um aumento de desempregados registados. É fundamental continuar a monitorizar estes números para compreender a evolução do mercado de trabalho e ajudar as empresas a definir as suas estratégias de atração de talento”, salienta Isabel Roseiro, Diretora de Marketing da Randstad Portugal.

Com um mercado de trabalho ainda a recuperar de flutuações e impactos resultantes da crise económica e da pandemia, os próximos meses serão cruciais para avaliar a verdadeira tendência do emprego e do desemprego em Portugal. O aumento das ofertas de emprego e a estabilização das condições económicas serão fatores determinantes para o crescimento contínuo do emprego, especialmente após os meses de verão, tradicionalmente caracterizados por contratos de curta duração.

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