Segundo o relatório “Digitalização na Europa 2022-2023: Dados do inquérito do BEI sobre o investimento”, mais de metade das empresas da UE (53%) adotaram medidas para fortalecer sua presença digital em 2022.
A UE reduziu a distância em relação aos EUA na adoção de tecnologias digitais avançadas, com 69% das empresas da UE implementando essas tecnologias. No entanto, as empresas dos EUA estão à frente devido a um menor investimento digital por parte das micro e pequenas empresas da UE.
Debora Revoltella, diretora do Departamento de Assuntos Económicos do Banco Europeu de Investimento (BEI), explicou que “Para alcançar a transição digital e aproveitar os seus benefícios a longo prazo, a UE deve ir além da adoção de tecnologias e considerar as implicações sociais mais amplas. Capacitar os trabalhadores para melhorar suas habilidades digitais será essencial para criar um ambiente favorável à inovação na União Europeia, tornando as empresas e as regiões mais competitivas e resilientes”.
Também Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, destacou o papel das infraestruturas digitais no impulso à digitalização. “O relatório mostra que as empresas portuguesas têm apostado continuadamente nos processos de digitalização, especialmente as grandes empresas, por meio do uso de tecnologia digital avançada”.
Comparando os dados atuais com o relatório de 2021-2022, confirma-se que as empresas portuguesas, desde as micro até as grandes empresas, têm investido na adoção de medidas tecnológicas, com destaque para o uso de tecnologia digital avançada, com crescimento acima de 15%.
Embora os desafios ainda persistam, “é notável que Portugal tenha demonstrado um investimento contínuo e abrangente na transição digital para um futuro próspero e sustentável”, sublinha.
O relatório evidencia ainda disparidades significativas nas infraestruturas digitais entre as várias regiões da UE, com 14% das empresas considerando o acesso limitado a essas infraestruturas como um dos principais obstáculos ao investimento.
Além disso, os esforços de digitalização das empresas dependem fortemente da disponibilidade de trabalhadores com habilidades digitais. As regiões onde os trabalhadores possuem essas habilidades acima da média tendem a implementar tecnologias digitais avançadas, e as empresas dessas regiões investiram mais em digitalização durante a crise da COVID-19. Portanto, conclui o relatório “é essencial que as regiões melhorem os sistemas de educação e formação para melhorar continuamente as habilidades dos trabalhadores e oferecer oportunidades de aprendizado online para reduzir a lacuna digital”.