Empresas nacionais têm dificuldade em contratar talento qualificado

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Segundo o Talent Shortage Survey 2021, do ManpowerGroup, 60% dos empregadores nacionais revelam dificuldade em encontrar talento qualificado. A maior escassez de talento verifica-se em funções de Logística e Operações e Indústria/Produção. Responsabilidade, capacidade de trabalho em equipa, liderança e resiliência são as soft skills mais difíceis de encontrar.

As empresas enfrentam hoje cada vez mais dificuldades em atrair e reter o talento que necessitam. Segundo dados do estudo Talent Shortage 2021 do ManpowerGroup, 69% dos empregadores em todo o mundo relatam dificuldades na contratação, o valor mais elevado desde 2006, o primeiro ano da realização do estudo.

Em Portugal a escassez de talento atinge também níveis historicamente altos e alcança os 60%, 3 pontos percentuais acima do valor registado em 2019. O estudo mostra que 18% e 42% das empresas nacionais sentem muita e alguma dificuldade em recrutar, respetivamente, sendo que 29% afirma não ter dificuldade na contratação e 11% não sabe dar uma resposta.

“A pandemia está a provocar uma profunda transformação no Mundo do Trabalho. Nos últimos meses, novos modelos de trabalho ganharam protagonismo, bem como novas preferências e aspirações dos trabalhadores, ao nível das oportunidades de carreira, dos valores ou do propósito da empresa”, frisa Rui Teixeira, Chief Operations Officer do ManpowerGroup Portugal.

“A pandemia está a provocar uma profunda transformação no Mundo do Trabalho”

“A revolução nas competências está a intensificar-se e observamos uma procura crescente de novas competências e funções especializadas por parte das organizações. A escassez de talento é, por isso, uma realidade para muitas empresas nacionais, e só aqueles empregadores que souberem responder às novas necessidades, e construir uma proposta relevante e alinhada com os valores dos candidatos, serão capazes de atrair e reter o melhor talento”, sublinha Rui Teixeira.

À medida que as organizações se transformam e digitalizam, as necessidades de competências também evoluem. Os empregadores procuram hoje a combinação certa entre hard e soft skills, o que vem acentuar a dificuldade na contratação.

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Funções de Operações e Logística são as mais difíceis de preencher

Em Portugal, as funções de Operações e Logística são aquelas que registam o maior número de empregadores a relatar dificuldades em contratar (25%), seguindo-se as funções de Indústria e Produção, com 20%.

Em vagas relacionadas com as áreas de Recursos Humanos, Administração e Office Suport, mas também Front Office, a escassez de talento é também uma realidade: 17%, 13% e 11% dos empregadores, respetivamente, assumem dificuldade em preencher estas posições.

Por fim, nas funções ligadas a Tecnologia e Data e a Vendas e Marketing, a dificuldade na atração das competências certas é relativamente menor, sendo relatada por 8% e 4% dos empregadores, respetivamente.

As empresas enfrentam cada vez mais dificuldades em atrair e reter o talento que necessitam

A nível global a maioria das empresas (27%) relatam igualmente dificuldade em contratar para funções de Operações e Logística. Já nas funções de Indústria e Produção, esse valor é de 19% a nível global. Por outro lado, a dificuldade em contratar talento nas funções de IT e Data é claramente mais acentuada na região da Europa, Medio Oriente e África (EMEA), onde atinge os 14%, colocando estas skills na terceira posição do ranking de maior escassez de talento.

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Soft Skills ganham importância com a pandemia

Se já antes da pandemia a procura de competências transversais estava a crescer, com a aceleração da digitalização, aumenta a necessidade, por parte das empresas, de atraírem e comprometerem as competências soft que complementam a automatização e lhes conferem uma maior agilidade e resiliência face aos momentos de disrupção.

Segundo o Talent Shortage Survey 2021, do ManpowerGroup, 32% dos empregadores portugueses definem a Responsabilidade e a Disciplina como a competência em maior escassez, em linha com o resultado europeu (34%). Seguem-se a capacidade de Liderança e de Influência Social, mas também a Colaboração e o Trabalho em Equipa, ambas priorizadas por 26% dos recrutadores nacionais.

Responsabilidade, capacidade de trabalho em equipa, liderança e resiliência são as soft skills mais difíceis de encontrar

24% dos empregadores nacionais define ainda a Resiliência, Tolerância ao Stress e Adaptabilidade como competências em falta, seguidas do Raciocínio e Resolução de problemas (21%). Competências como Pensamento Crítico e a Capacidade de Decisão foram a escolha de 19% dos empregadores. Por fim, 15% e 14% das empresas identificam a Aprendizagem Contínua e a Curiosidade, mas também a Criatividade e Originalidade, respetivamente, como as competências mais desafiantes de encontrar nos seus candidatos.

É nas organizações de menor dimensão que a escassez de talento é mais sentida, com 67% das Microempresas e 69% das Pequenas empresas a declarar ter dificuldade em recrutar. A situação é ligeiramente atenuada no caso das Médias e das Grandes empresas, muito embora mais de metade destes empregadores – 52% e 58%, respetivamente – declarem também ter dificuldades em aceder ao talento que necessitam.

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É nas organizações de menor dimensão que a escassez de talento é mais sentida

Inversamente, a nível global, a escassez de talento é sentida de forma mais acentuada nas Grandes empresas. 74% dos empregadores com mais de 250 de colaboradores identifica dificuldades em contratar, à semelhança de 72% das Médias empresas.

A escassez de talento é especialmente sentida no continente europeu. Em França, 88% dos empregadores revelam dificuldade em contratar, seguidos da Roménia, com 86%, e da Itália, com 85%. No polo oposto estão a China, Estados Unidos da América, Índia e África do Sul, países onde apenas 28%, 32%, 43% e 46% das empresas assumem a tarefa de adquirir as competências que procuram nos candidatos como um obstáculo.

O estudo Talent Shortage foi realizado a partir de 42.000 entrevistas a empregadores em todo o mundo.

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