As empresas do setor das Tecnologias da Informação (TI) em Portugal antecipam uma recuperação significativa no ritmo de contratações para o primeiro trimestre de 2025, de acordo com as conclusões do Experis Tech Talent Outlook. O estudo revela uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +22%, representando uma subida de 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Apesar deste crescimento, Portugal mantém-se 15 pontos percentuais abaixo da média global, que se fixa nos +37%, demonstrando a recuperação consistente das intenções de contratação ao nível internacional. Globalmente, os Estados Unidos, Costa Rica e Reino Unido lideram com as projeções mais otimistas, ultrapassando os +50%.
Segundo Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, a recuperação das intenções de contratação no mercado nacional reflete uma dinâmica mais positiva, após um ano desafiante: “As prioridades de talento das tecnológicas sofreram ajustes em 2024, levando a uma desaceleração no recrutamento. No entanto, o início de 2025 revela sinais claros de recuperação, impulsionados por novos investimentos, especialmente em startups e em tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial.”
De acordo com os dados do estudo, 38% das empresas de TI em Portugal pretendem aumentar as suas equipas no primeiro trimestre do próximo ano, enquanto 16% antecipam uma redução de colaboradores e 44% preveem manter os seus quadros atuais. Apesar da recuperação, as intenções de contratação registam uma redução de 35 pontos percentuais em comparação com o mesmo período de 2024, refletindo um mercado ainda em ajustamento.
Setor tecnológico português acompanha tendências globais
No cenário internacional, o setor das TI mantém-se como o mais dinâmico, registando a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais elevada entre todos os setores. A Região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) apresenta também uma recuperação, com uma previsão de crescimento de +32%, acompanhando a evolução global.
Para Nuno Ferro, a crescente procura por talento especializado em áreas prioritárias, como IA, ciência de dados e cibersegurança, será um fator determinante para a recuperação do mercado português: “As empresas estão a reposicionar-se para um cenário mais competitivo e tecnológico. Há uma aposta clara na contratação de profissionais com competências inovadoras, capazes de responder aos desafios e oportunidades apresentados pela IA e pelas tecnologias emergentes.”
Recuperação impulsionada por inovação e investimento
O estudo aponta que a recuperação das intenções de contratação no setor das TI está a ser impulsionada pelo investimento em startups tecnológicas e pela aposta em inovação, fatores que colocam o setor num caminho de retoma, ainda que a um ritmo mais lento que a média global.
Com um início de ano mais otimista, as empresas tecnológicas portuguesas mostram sinais de resiliência, preparando-se para um futuro onde a transformação digital e a capacidade de inovação serão decisivas para consolidar a competitividade do setor no mercado nacional e internacional.