Não deixe de concretizar a sua ideia de negócio só porque os bancos ou as venture capital onde bateu à porta não quiseram financiar o seu negócio. Assuma você o risco, se têm a certeza que se trata de um negócio de sucesso avance sem andar a pedinchar e a pedir a misericórdia a quem não percebe o quão rico iria ficar se tivesse investido no seu negócio. O que não falta por aí são exemplos de pessoas como você que viram o seu negócio ser rejeitado por bancos e investidores ‘quadrados’ e provaram que mesmo sem ajuda dessas entidades o seu negócio prosperou e tornou-se milionário. Existem atualmente investidores de todo o mundo, fora do círculo tradicional, que o irão ajudar e financiar o seu projeto. Caso isso não aconteça então é provável que o seu negócio seja medíocre e aí o problema é seu. (Sugiro a leitura do artigo ‘Saiba se deve ou não avançar com a sua ideia de negócio! Submeta-a à máquina da verdade!).
Sabia que pode apresentar a sua startup a vários investidores de todo o mundo e que a probabilidade de acreditarem no seu negócio e investirem nele é enorme? Um investidor a sério sabe que em média 1 em 10 negócios vai ter sucesso e que esse negócio vencedor pode render até ao infinito do investimento total nas 10 startups que o investidor financiou. É por isso que investir em startups é um bom negócio!
Já ouviu falar nas plataformas de crownfunding de startups?
A Seedrs (uso esta como exemplo mas existem mais) é uma excelente plataforma de crowdfunding de startups onde pode submeter a sua ideia de negócio junto de um significativo número de investidores de todo o mundo que vão saber que o seu negócio existe. Nestes negócios você decide qual a percentagem que está disponível para prescindir do seu negócio em troca de investimento, o funcionamento é parecido com o do Shark Tank. Não se esqueça que tem de dar para receber, não há almoços grátis e estes investidores metem dinheiro no seu negócio para ganhar mais dinheiro e não porque gostam de si. Eles sabem que investir em si é muito mais lucrativo do que investir em depósitos a prazo, obrigações ou outros investimentos tradicionais. A Seedrs cobra às empresas uma comissão sobre o capital angariado na plataforma.
Ao submeter o seu negócio na Seedrs o mesmo será analisado por especialistas da área que decidirão se o seu negócio pode ou não ser inserido na plataforma deles. Outra vantagem muito interessante é que a própria Seedrs trata de toda a parte legal da participação, ou seja, não precisa de se preocupar em contratar um especialista nessa área.
Existem também outras alternativas promovidas pela Comissão Europeia para financiar a sua startup como o SME Instrument. Segundo o Gabinete de Promoção do Programa Quadro I&DT (GPPQ), o SME Instrument dá resposta às necessidades de financiamento de PME orientadas para a internacionalização e, particularmente, aos jovens empreendedores na implementação de ideias de potencial e risco elevado. Destina-se a apoiar projetos de dimensão europeia que conduzam a mudanças radicais na forma como os negócios são feitos (produtos, processos, serviços, marketing, etc.). Irá lançar as empresas em novos mercados, promover o crescimento e criar elevado retorno do investimento. O SME Instrument abrange todo o tipo de PME inovadoras de modo a promover campeões do crescimento em todos os setores.
Este instrumento é composto por 3 fases distintas mas interligadas e com um esquema de coaching e mentoring para os beneficiários, não existindo por isso obrigação das PME candidatarem-se sequencialmente às 3 fases.
Fase 1: Viabilidade tecnológica, técnica e económica;
Fase 2: Projeto de inovação;
Fase 3: Comercialização.
As PME são convidadas a submeter propostas a este instrumento em qualquer altura em qualquer área dos desafios sociais e das tecnologias facilitadoras e industriais do Horizonte 2020.
Nos Estados Unidos o capital de risco é bem mais diversificado e ‘open minded’ que em Portugal. Ora vejamos o caso da Google. A Google quando foi à procura de capital não gerava qualquer retorno de investimento, zero, não dava dinheiro. Tão pouco existia um modelo de negócio fechado para a rentabilizar. No entanto, recebeu milhões de dólares de investimento de risco e entregou biliões de dólares de retorno a quem investiu neles na fase ‘early stage’. Assim como a Google existem outros exemplos similares como o Facebook, Linkedin, Twitter que captaram largos milhões de dólares junto de investidores sem ter dado 1 dólar de lucro durante anos. Em Portugal lançar uma ‘Google’ com o nível de pensamento de quem está à frente das venture capital teria sido impossível.
Frequentemente comparo a falta de visão das venture capital com os elefantes tailandeses. Os elefantes tailandeses estão presos apenas por uma corda atada a uma estaca de madeira espetada no chão, se o elefante soubesse qual a sua verdadeira força facilmente se libertaria da estaca de madeira e ganharia a sua liberdade, mas como não sabe, continuará ali preso até ao fim dos seus dias. O que quero dizer com esta história é que muitas venture capital portuguesas não veem para além da estaca de madeira que está à sua frente, e essa é uma das razões porque ainda não surgiu nenhuma startup financiada por capitais portugueses no ‘The Billion Dollar Startup Club’.
Se tem uma ideia de negócio vencedora e as venture capital nem sequer resposta lhe dão, procure alguém com experiência de negócio capaz de dizer-lhe com verdade e honestidade se é ou não uma boa ideia, se pode ser financiada e como pode ter sucesso. Sobretudo, não desista ao primeiro não.