Já pensou se está preparado para ser o líder da sua organização na era digital?
O Digital está aí e veio para ficar, trouxe enormes benefícios, acrescidos de muitas mudanças nas organizações, mas será que possui as skills necessárias para liderar uma equipa que tem pela frente uma enorme alteração na sua forma de trabalhar?
De facto, uma liderança nos tempos atuais, não é, de todo, idêntica às lideranças no passado. A liderança tem de se mostrar, apontar o caminho e dar a visibilidade que todos precisam de conhecer para que seja seguida e nos dê reputação e, como tal, mais rentabilidade. Tudo isto, hoje, está facilitado (ou não) pela tecnologia.
As pessoas esperaram sempre que os seus líderes forneçam as respostas para os desafios. Alguns deles, os mais recentes, como a pandemia, não dependem da nossa liderança, mas sim dos cientistas e dos políticos.
Para perceber como aqui chegamos permitam-me contar uma pequena história sobre a evolução da liderança desde a segunda metade do século XX e a atual importância de relações empáticas.
A geração X, que está agora na liderança das empresas, há 20 anos, assentava a sua liderança no primado de que ‘conhecimento é poder’. Era assim que se subia a escada da hierarquia nas empresas. Uma vez no topo da escada, todos esperam que o líder tenha todas as respostas a todo o tempo e tudo resolvia.
No mundo atual, este é um pensamento deveras estranho, porque estes líderes estão reféns de um mundo cada vez mais volátil e da sua própria educação e experiências, entre outros fatores. No fundo, como pode alguém saber todas as respostas?
Por outro lado, desde há 20 anos que o conhecimento está disponível na internet, é um ativo de acesso fácil e barato. O conhecimento é, assim, substituído pelo know-how – o “saber fazer”. Foi assim que, nos últimos 20 anos, os líderes granjearam poder, mas a verdade é que o saber fazer está, hoje, ao alcance de qualquer máquina bem programada.
Chegamos assim a um novo paradigma da liderança: o SenseMaking, um processo onde um grupo de pessoas reúne e partilha o conhecimento. É o que precisamos no mundo atual, onde temos de abandonar tudo o que aprendemos. As escolhas não podem ser efetuadas com base no passado (conhecimento) e no know-how.
É o líder que deve reunir o melhor conhecimento e saber fazer da sua equipa, uma equipa efetiva. É um desafio enorme, porque estas equipas, paradoxalmente, são as menos eficientes das empresas.
A razão é simples; assiste-se a uma luta de egos, em vez de uma luta pelos resultados. As empresas são feitas por equipas, as mais coesas geram mais respeito, admiração e resultados. Na gestão, é o medo que não permite a partilha na gestão de topo, mas não há alternativas; é preciso perder o medo e enfrentar as incertezas dos tempos atuais com estas equipas eficientes. É tempo de transformar a liderança.
O líder do futuro – o líder no mundo digital e a sua equipa executiva – é a pessoa que não hesita em abraçar a mudança e que tem uma visão de longo prazo para inspirar o talento da organização e impulsionar a inovação na empresa.
O líder do futuro – o líder digital – é a pessoa que abraça a mudança e impulsiona a inovação na empresa
Um bom líder digital tem de mudar o seu mindset por forma a ser admirado na organização, ou melhor, na sua equipa, pelas suas valências e pela sua empatia (que não é nem mais nem menos do que ver o mundo pelos olhos dos outros).
Mais do que tudo, o líder deve ter inteligência emocional e flexibilidade para perceber que equipas e perfis tem à sua frente e em que fases estão para poder atuar em conformidade. Por isso, quando “vestir” o papel de líder, convido-o a fazer uma autoanálise sobre a forma como está a liderar a sua equipa executiva.