Europa com 13 milhões de desempregados

mais de 12 milhões de desempregados na Europa
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O Eurostat estimou em cerca de 12,9 milhões o número de desempregados na União Europeia em junho, destes 10,9 milhões estavam em países da Zona Euro. Ainda assim, o índice de desemprego nos países da Zona Euro manteve-se estável em 6,6%, enquanto na totalidade da União Europeia (UE), era de 6%, em junho, segundo os dados publicados esta semana pelo gabinete de estatística comunitária, Eurostat.

Em comparação com junho de 2021, o desemprego baixou 1,3 pontos nos países da moeda única (face ao 7,9% do ano anterior) e 1,2 pontos no conjunto da UE (era 7,2% no ano precedente), de acordo com os dados do Eurostat. Em termos homólogos, o número de desempregados diminuiu em 2,3 milhões de pessoas na UE e em 1,9 milhões na Zona Euro.

Por países, as taxas de desemprego mais baixas em junho registaram-se na República Checa (2,4%), Polónia (2,7%) e Alemanha (2,8%), segundo os dados do Eurostat. No extremo oposto, a percentagem de desempregados mais alta encontra-se em Espanha (12,6%), seguida da Grécia (12,3%) e Itália (8,1%).

mais de 12 milhões de desempregados na Europa mas 4 milhões de vagas por preencher
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4 milhões de vagas por preencher

Apesar do número de desempregados, há 4 milhões de vagas por preencher na Europa. O número de oportunidades de emprego que não são preenchidas tem vindo a aumentar nos últimos 10 anos e é presentemente de 2.8% do total das ofertas de trabalho na União Europeia.

Atualmente as vagas disponíveis em Portugal e Espanha visam quadros com perfis técnico-profissionais nos setores Tecnológico, Industrial e da Construção, entre outros. No setor tecnológico faltam programadores; project managers de IT; especialistas em cibersegurança; arquitetos de sistemas; administradores de bases de dados; ou engenheiros de redes.

Para a área industrial são procurados técnicos de robótica; soldadores; fresadores; e torneiros mecânicos. Na Hotelaria faltam cozinheiros e empregados de mesa. No setor da Construção: procuram-se pedreiros; técnicos de cofragens; encarregados gerais; e gruístas.

Já para as áreas de vanguarda há muitas oportunidades de emprego em Tecnologias disruptivas como cloud computing ou impressão 3D, entre outras. Também há uma elevada escassez de talento em áreas críticas como Inteligência Artificial; Marketing e Comércio Digital; Robotização, e Digitalização.

Incerteza económica pode fazer aumentar numero de desempregados na Europa
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Mercado de trabalho em mudança

Os problemas macroeconómicos e a incerteza com que se deparam as economias europeias, designadamente pela escalada da inflação e subida das taxas de juro que terão como consequências a redução do poder de compra e a diminuição do investimento, que vão refletir-se no número de desempregados no futuro próximo.

Mais grave ainda poderão ser os efeitos dos aumentos dos preços da energia e das matérias-primas que vão contribuir para a redução da produção ou mesmo o encerramento de empresas agravando a desaceleração das taxas de crescimento, que já se verifica nas economias europeias, e acentuando as preocupação com cenários recessivos na Europa.

Nessa sequência estima-se que numerosos empregos correm o risco de ser perdidos ao longo da próxima década, fenómeno que será acentuado pelo crescente processo de automatização e digitalização dos negócios. Entre as faixas etárias mais penalizadas estarão os trabalhadores com mais de 50 anos. Uma tendência que já se verifica desde a crise laboral do Covid-19.

70% dos cidadãos dos EUA que perderam o emprego durante a pandemia tinham mais de 55 anos e no Reino Unido a taxa de emprego dos profissionais com mais de 50 anos caiu o dobro do que a dos profissionais entre os 25 e 49 anos. Paradoxalmente a Europa é o continente com a população mais envelhecida e onde o consumo sénior gera mais 25% do PIB.

Estas tendências aceleram a necessidade reskilling e upskilling permanente dos trabalhadores, obrigando a maioria da força laboral a reciclar-se até 2030, com especial foco para os trabalhadores sénior que podem valorizar a sua experiência com funções mais qualificadas e complexas.

mais de 12 milhões de desempregados na Europa

Oportunidades de Imigração

O mercado de emprego de Portugal e Espanha regista um elevado desemprego jovem e de profissionais com mais de 50 anos. Em comum, as economias ibéricas caracterizam-se por uma enorme desadequação entre as qualificações dos trabalhadores disponíveis e as necessidades das empresas. Os países Ibéricos são dos mais envelhecidos do mundo, com os maiores de 50 anos a representar o grosso da sua força laboral nos próximos 10 anos.

Entre as tendências do mercado de emprego no sul da europa destaca-se o crescimento do emprego feminino, com cada vez mais mulheres qualificadas em áreas científicas e tecnológicas, que até então eram predominantemente masculinas, mas também pela discriminação positiva de muitas empresas que pretendem aumentar a percentagem de mulheres nos seus quadros, representando uma forte oportunidade de emprego para as mulheres.

Embora o envelhecimento da população europeia se reflita também nas organizações e empresas, as oportunidades de trabalho para profissionais sénior são mais escassas, valorizando-se as qualificações específicas em áreas críticas e, em menor grau, a experiência profissional.

Do ponto de vista de perfis profissionais o foco é quase sempre tecnológico, em regimes de trabalho hibrido ou remoto e com horário flexível. O vínculo laboral, pelo menos na fase inicial, é quase sempre precário. Já as empresas europeias e, particularmente, nos países do Sul da Europa, refletem o crescente processo de globalização do mercado de emprego com uma população laboral multiétnica e, sobretudo em áreas tecnológicas, tendo o inglês como língua de trabalho.

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