Europa mantém liderança em cidades inteligentes, mas Mobilidade e Fotónica serão decisivas

Europa mantém liderança em cidades inteligentes, mas fotónica e mobilidade serão decisivas para evitar perda de posição para os EUA e Ásia.

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O mais recente Índice de Cidades Inteligentes do IMD confirma a liderança europeia neste setor, com sete das dez cidades mais bem classificadas localizadas no continente. Zurique ocupa o primeiro lugar, enquanto as cidades norte-americanas continuam a perder posições, estando agora ausentes do top 20 – uma tendência decrescente que se verifica desde 2021.

À medida que a transformação urbana acelera, a fotónica emerge como uma tecnologia essencial para que a Europa mantenha a sua posição dominante no desenvolvimento das cidades inteligentes. Sensores de temperatura, monitorização da qualidade do ar, gestão de tráfego e segurança dependem todos da fotónica, tornando-a a espinha dorsal da inovação urbana.

“Muitas vezes não nos apercebemos da tecnologia que está por detrás das cidades inteligentes, mas a fotónica impulsiona aplicações fundamentais. É essencial para a monitorização ambiental, soluções de mobilidade e logística,” afirma Antanas Laurutis, CEO da Altechna, uma empresa global especializada em soluções fotónicas personalizadas.

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Da Indústria 4.0 para a Indústria 5.0

A crescente importância das cidades inteligentes está também ligada à transição da Indústria 4.0 para a Indústria 5.0. Enquanto a Indústria 4.0 se focou na automação e digitalização dos processos industriais, a Indústria 5.0 surge como resposta a desafios como alterações climáticas, pandemias, conflitos e crises migratórias. Esta nova fase coloca a tecnologia ao serviço das pessoas, garantindo que a inovação melhora diretamente a qualidade de vida.

“As cidades europeias há muito adotam uma abordagem centrada no ser humano, mas agora observamos um crescimento das cidades asiáticas devido à mesma estratégia. A liderança europeia não pode ser vista como garantida, pois a competitividade global está a aumentar,” alerta Laurutis.

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A posição da Europa e a importância da mobilidade

Apesar da atual liderança, o relatório do Fórum Económico Mundial de janeiro de 2025 destaca que a Europa poderá perder terreno para os Estados Unidos e Ásia em áreas tecnológicas estratégicas. Segundo Laurutis, mobilidade e tecnologias ambientais serão fatores determinantes para a evolução das cidades inteligentes.

“As tecnologias de mapeamento ambiental estão a evoluir mais rapidamente do que a sua adoção nas cidades. Em breve, drones irão sobrevoar constantemente os centros urbanos para monitorizar alterações na biodiversidade e identificar mudanças específicas no ambiente,” explica.

A mobilidade, especialmente a condução autónoma, é outro setor crucial para o futuro das cidades inteligentes. Os Estados Unidos estão bem posicionados para assumir a dianteira neste domínio, graças aos avanços em LiDAR (Light Detection and Ranging), um sistema baseado em fotónica que permite que os veículos autónomos mapeiem o ambiente em tempo real e naveguem com precisão.

“A tecnologia LiDAR permite que os veículos detetem obstáculos, peões e outros automóveis, garantindo um tráfego urbano mais seguro e eficiente. Os sensores LiDAR 4D de última geração, desenvolvidos por empresas norte-americanas, estão a melhorar o desempenho em condições extremas, como nevoeiro, chuva e neve,” acrescenta Laurutis.

Além dos automóveis autónomos, os avanços na fotónica aplicada à mobilidade incluem drones de entrega, que poderão revolucionar a logística urbana ao melhorar a eficiência e reduzir o consumo de recursos.

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Fotónica: a chave para o futuro das cidades inteligentes

A crescente acessibilidade dos sensores LiDAR está a democratizar o seu uso em setores como transportes, robótica e monitorização ambiental. A Altechna já aplica esta tecnologia no projeto GALACTIC, que visa melhorar a modelação climática e monitorizar as alterações na superfície terrestre causadas pelas mudanças climáticas.

“As tecnologias baseadas na luz irão definir o futuro das cidades inteligentes. À medida que as áreas urbanas evoluem, a rapidez com que a Europa adota estas inovações fotónicas determinará se manterá a liderança ou se novas cidades inteligentes irão emergir já em 2025,” conclui Laurutis.

Com a crescente concorrência global, a integração da fotónica nos setores da mobilidade, monitorização ambiental e logística será determinante para a Europa manter a sua posição de destaque nas cidades inteligentes.

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