A pandemia provou ser uma ameaça para os ecossistemas globais de startups e muitas pequenas empresas encontram-se atualmente num beco sem saída. O cenário inclui layoffs em massa, que conduzem ao despedimento de funcionários; diminuição do capital levantado e quedas profundas na procura para a maioria dos setores.
De acordo com o recente relatório da Startup Genome, quatro em cada dez startups encontram-se na zona vermelha, sob risco de ficar sem capital, e cerca de 72% das startups viu a sua receita cair desde o início da crise. No TOP 5 dos setores mais afetados pela queda na procura estão os Transportes e as Infraestruturas e o setor da Tecnologia Médica e dos Dispositivos Médicos, com uma queda de 43%.
Perante este cenário, a 2ª edição do Programa de Inovação Aberta, desenvolvido pela BGI e pelo EIT Digital (entidade do Instituto Europeu da Inovação e da Tecnologia), promove a partilha de conhecimentos e soluções que respondam a desafios reais enfrentados por grandes empresas, muitos deles causados pela pandemia.
Diversas empresas apresentam os seus desafios ligados à transformação digital a um grupo composto por startups, scaleups e investigadores. Posteriormente, no evento online, as equipas mais inovadoras terão a oportunidade de apresentar as suas soluções a empresas portuguesas.
Na edição de 2020, o evento será virtual e os candidatos vão tomar conhecimento dos desafios de cada empresa a tempo de adequarem as suas soluções às necessidades das empresas que seriam os seus potenciais clientes. As candidaturas decorrem até o dia 30 de setembro e o evento de avaliação está agendado para o dia 29 de outubro.
Os candidatos terão não só uma excelente oportunidade de trabalhar em grupos multidisciplinares em soluções para estes desafios e a apresentá-las a empresas e investidores (com a possibilidade de desenvolver pilotos e parcerias), como irão ganhar a oportunidade de expandir a sua rede e visibilidade mediática participando em eventos exclusivos. Os vencedores vão participar na gala do Scaleup Innovation Awards 2020, um evento que reúne os melhores projetos candidatos à rede digital da Europa .
7 desafios de 7 empresas portuguesas
1. Roche
A Roche está à procura de uma variedade de soluções de saúde disruptivas e promissoras para diversificar o seu portfólio e o seu modelo de negócios para o futuro. Atualmente, o modelo de negócios da maioria das empresas farmacêuticas centra-se na comercialização de produtos que atuam principalmente no final da jornada do paciente (ou seja, quando este já é diagnosticado com uma doença específica). A Roche tem uma proposta de valor exclusiva por meio das suas 2 divisões de alta tecnologia da Diagnostics and Pharma e gostaria de perceber como é que as tecnologias digitais podem moldar o futuro da saúde personalizada e da medicina preventiva.
2. Sogrape
A pandemia do COVID-19 trouxe várias questões a esta empresa: como realizar uma visita virtual às vinhas, adegas e caves sem perder os atributos mais valiosos dos visitantes, como a autenticidade, o contacto pessoal com um guia especializado em vinhos e a intensa experiência sensorial? Como explorar oportunidades digitais, como sugestões e atendimento personalizado?
3. VPS – Virtual Power Solutions
A VPS fornece ferramentas de digitalização de energia para capacitar os consumidores e otimizar as energias renováveis. A empresa procura um modelo que possibilite a implantação de uma abordagem automatizada para aceder às poupanças de energia dos clientes. De acordo com esta empresa, o relatório das poupanças deve ser possível em menos de 10 minutos e atualmente pode levar dias para calcular. O objetivo é obter uma abordagem que possa ser usada em grandes projetos e ser aplicada também em projetos mais pequenos.
4. Vodafone
A pandemia trouxe várias mudanças e uma delas é definitivamente a falta de contacto humano. Embora o canal online permita que as pessoas permaneçam conectadas, este não substitui completamente a interação pessoal. Como é que podemos personificar as plataformas online que contactam com o cliente? É este o desafio lançado pela Vodafone.
5. Hospital Lusíadas
A crise do COVID-19 levou à necessidade de uma boa oferta de serviço digital. O desafio desta empresa é aumentar e melhorar a experiência digital médica. Como facilitar o acesso e ser mais eficaz no diagnóstico, garantindo elevados padrões de qualidade e experiência ao cliente?
6. CUF
A CUF pretende fornecer uma experiência de serviço virtual mais abrangente. O seu objetivo é construir uma jornada híbrida, tanto nos pontos de contacto administrativos como nos clínicos, oferecendo a melhor experiência aos clientes com e sem experiência digital. Do ponto de vista clínico, pretende-se melhorar a saúde fora dos hospitais, construindo novos produtos e serviços que complementem a teleconsulta e a telemonitorização e que aumentem a autonomia do paciente.
7. Via Verde
O serviço de estacionamento está relacionado com um esquema de rotação, ou seja, o valor a ser pago é calculado com base no tempo estacionado no parque. Existem algumas exceções para bilhetes periódicos em algumas cidades e parques de estacionamento, mas estas continuam a ter uma posição de nicho. Com uma solução digital pilotada, onde o acesso aos estacionamentos pode ser feito através de smartphones, é necessário mudar a oferta para clientes e operadores. A Via Verde pretende alterar a sua oferta de estacionamento de forma a torná-la atrativa para os operadores de estacionamento. Como pode esta empresa converter a oferta do esquema de pagamento num serviço onde o pagamento está incluído?
Startups, scaleups e investigadores interessados podem candidatar-se, preenchendo um formulário no website da BGI . O evento online será no dia 29 de outubro. Em novembro, as soluções serão avaliadas e selecionadas e a equipa vencedora de cada empresa será anunciada na gala do Scaleup Innovation Awards, no dia 26 de novembro.
