Um estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG) prevê um aumento significativo nas exportações da União Europeia para os Estados Unidos nos próximos anos. Segundo o estudo “Jobs, National Security, and the Future of Trade”, as exportações para os EUA devem alcançar os 748 mil milhões de dólares até 2032, representando um crescimento de 38% em relação a 2022, com uma taxa anual de 3,1%.
Este aumento nas exportações reflete não só a robustez das relações comerciais entre a UE e os EUA, mas também a estratégia de crescimento da UE, que visa expandir o comércio para mercados emergentes, como a Índia, o México e o Canadá, como alternativa à China. Além disso, prevê-se um aumento nas trocas comerciais com a China, embora a uma taxa mais lenta do que a média global.
“Parte da estratégia de crescimento das exportações da UE passa pelo alargamento do comércio aos mercados emergentes em alternativa à China. O reforço destas relações espelha a aposta na resiliência e solidificação das cadeias de abastecimento e uma expansão de rotas comerciais alternativas”, salienta Carlos Elavai, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa
Por outro lado, o estudo também aponta para uma redução nas trocas comerciais entre a UE e a Rússia, assim como entre a UE e o Reino Unido, devido a dinâmicas geopolíticas e económicas em curso. No entanto, é esperado um crescimento significativo nas ligações comerciais entre os países da América do Norte e do Sudeste Asiático.
Este panorama reflete uma mudança nas rotas comerciais tradicionais, com uma maior proeminência de corredores regionais e um crescimento mais lento do comércio global em comparação com o PIB mundial.
“O mapa do comércio global está a transformar-se, mas a relação comercial entre a União Europeia e os EUA deverá continuar a crescer e a ser uma linha orientadora das relações transatlânticas”, afirma Carlos Elavai.