91% das empresas nacionais não tem o talento necessário para concretizar a sua estratégia de sustentabilidade. Segundo o estudo The Search for ESG Talent, realizado pelo ManpowerGroup, – 3 em cada 5 das funções mais procuradas em sustentabilidade estão ligadas ao Ambiente.
As políticas ESG – Environmental, Social e Governance – são hoje uma preocupação central das organizações, que de forma crescente procuram desenvolver ações concretas e com impacto nas pessoas, comunidades e no planeta. Face aos desafios ambientais, sociais e de ética, trabalhadores e clientes querem investir o seu tempo e dinheiro em organizações que atuam como cidadãos globais, pilares da comunidade e promotores do cuidado ambiental. Ao mesmo tempo, o crescimento do stakeholder capitalism e a convergência de normas está a criar uma maior urgência para que as empresas assumam a liderança onde os governos ficam para trás.
Face a este contexto, as empresas nacionais estão a criar estratégias de ESG, que, para a sua implementação, precisam de uma força de trabalho capaz e alinhada com os seus objetivos. No entanto, a grande maioria (91%) considera não dispor atualmente do talento necessário para o conseguir, em linha com o cenário global, onde 94% dos empregadores afirmam enfrentar a mesma realidade.
Este é um dado do estudo The Search for ESG Talent, desenvolvido pelo ManpowerGroup, que avança que, para responder à escassez de talento relacionada com ESG, 45% das empresas em Portugal pretendem recrutar novos profissionais. Por outro lado, 41% pretendem fazer o upskill dos seus trabalhadores e 24% consideram acrescentar novas responsabilidades em ESG às funções atuais da sua equipa, com 23% a contarem ainda recorrer a consultores externos na matéria.
A nível global, 52% das empresas apostam também no reskilling e 39% pretendem acrescentar novas responsabilidades em ESG aos seus profissionais. Por sua vez, o número das que pretendem recrutar é inferior (41%). Estes dados indicam que, na sua maioria, as organizações pretendem optar por construir o talento internamente e acreditam que as iniciativas de ESG podem ser realizadas pelas suas equipas atuais.
No que respeita às áreas para as quais as empresas pretendem recrutar, Governance é referida por 38% dos empregadores nacionais, Ambiente por 35% e o impacto Social por 33%.
“Espera-se, por parte das organizações, uma maior atenção e recursos direcionados à ação Ambiental, impacto Social e Governance, o que se reflete na necessidade de mudança e adaptação da própria da força de trabalho. Segundo a International Labour Organization, a implementação dos acordos de Paris poderia significar a criação de até 18 milhões de postos de trabalho, até 2030, dado que demonstra a urgência por encontrar e qualificar o talento para responder aos planos de redução de impacto ambiental das empresas, seja de forma interna ou externa às organizações”, afirma Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal.
“Ao mesmo tempo, e muito embora as métricas ambientais e de governo corporativo estejam bem estabelecidas, há ainda necessidade de alinhar em torno do que as organizações querem identificar como métricas “sociais”. Como o recurso mais sustentável, acreditamos que o emprego net-zero emergirá como a principal característica social de uma estratégia ESG responsável e um dos principais focos de atuação das empresas.” reforça.
3 das 5 funções mais procuradas em ESG pelas empresas estão ligadas ao pilar do Ambiente
Quando questionadas sobre as funções que pretendem recrutar, três das cinco mais referidas pelos empregadores dizem respeito à área de impacto Ambiental: 68% dos inquiridos a nível nacional referem cargos em Ambiente, Saúde e Segurança, 44% relacionados com Sustentabilidade Corporativa e 38% com Reciclagem ou Gestão de Resíduos. À lista das funções mais citadas, juntam-se ainda as de impacto social, como as relacionadas com Saúde e Bem-estar e com Diversidade e Inclusão, escolhidas por 49% e 35% dos empregadores, respetivamente. Por fim, em Governance, os cargos dizem respeito a Ética e Compliance e a Cibersegurança, ambos referidos por 24% das empresas.
O estudo entrevistou responsáveis e colaboradores em mais de 40 700 empresas, em 41 países e territórios.