Olhando para o futuro, mais pessoas decidirão o destino dos seus investimentos e poupanças através de formas de financiamento alternativas, através de uma variedade de plataformas, com plataformas de terceiros a emergir para os ajudar a gerir os seus portfolios de investimento pessoais.
Maior acesso para investidores e pequenos mínimos de investimento
O crescimento de fornecedores de alternativas financeiras online deu às pessoas comuns acesso a uma panóplia de novas oportunidades de investimento com as quais antes não tinham contato, e os meios para investir nelas de uma forma eficiente. Estas plataformas usam a tecnologia para permitir aos investidores gerir os seus próprios investimentos, em vez de confiar nas grandes instituições financeiras para o fazer.
Primeiro, dão aos investidores acesso direto às oportunidades de investimento. As plataformas abertas facilitam a consulta de numerosas e diversas oportunidades, em diferentes setores, regiões ou tipos de bens, tudo com pouco esforço e a partir do conforto de casa. Depois, estes sites permitem aos investidores diversificar os seus investimentos com muita facilidade, protegendo-se do risco. Os patamares mínimos de investimentos nos sites, por vezes tão baixos como 10 libras (cerca de 13 euros) significam que se pode atingir um forte nível de diversificação com apenas algumas centenas para investir.
A variedade de oportunidades está a crescer rapidamente
A escolha de produtos para investimento está também em constante expansão. Um investidor do Reino Unido pode decidir investir algum dinheiro em fundos de pequenas e médias empresas através do FundingCircle ou do AssetzCapital ou emprestar a outras pessoas via Zopa e RateSetter. Pode destinar algum dinheiro para comprar e alugar, ou investir em propriedade comercial com o LandBay ou o Property Crowd ou em projetos de energia renovável com o Abundance Generation ou o Trillion Fund, estes dois últimos também apresentando a oportunidade de obter um impacto social ou ambiental com os seus investimentos.
Simultaneamente, se o investidor tiver um apetite por maior risco pode trocar algum do seu dinheiro por equity em startups, através da Seedrs ou do CrowdBnk ou mini-títulos com o Crowdcube. E para aqueles que preferem investir em bens da comunidade há a opção da oferta de acções da comunidade em sites como MicroGenius e Crowdfunder. E as opções não acabam aqui, os sites estão constantemente a explorar que potenciais produtos e bens podem ser financiados através de um modelo baseado na crowd.
Estes fornecedores têm feito um trabalho fantástico ao ligar os indivíduos com a oferta de oportunidades de negócio e ao fornecer-lhes uma forma fácil de distribuir o seu dinheiro por uma vasta variedade de plataformas e produtos. No entanto continuamos a precisar de ultrapassar barreiras até que a maior parte dos indivíduos comecem a considerar a hipótese de gerir porções significativas do seu dinheiro através destas plataformas. Começando pela questão da educação para o investimento e o esforço requerido para gerir estes investimentos.
Educando potenciais investidores
Apesar de o crescimento das plataformas online de financiamento alternativo providenciar uma panóplia de oportunidades, ainda existe o desafio de educar as pessoas acerca da sua existência, das diferenças entre elas e de como as usar. Um recente estudo demonstrou que a maioria das pessoas não conhece sequer uma forma de crowdfunding ou de empréstimo peer to peer’ e que a maioria dos que ouviram falar nunca usaram. Ainda existem desafios significativos no que diz respeito à criação de awareness e a conseguir que as pessoas realmente coloquem algum dinheiro nestes modelos. Dados os diferentes níveis de risco dos investimentos em oferta, a maioria dos indivíduos quererá também que a indústria seja capaz de fornecer informação clara e de confiança sobre o comportamento a longo prazo das diferentes oportunidades.
O maior desafio no entanto é a educação dos indivíduos sobre como utilizar estes modelos. Assegurar que compreendem os riscos envolvidos nos diversos tipos de bens e instrumentos financeiros será de enorme importância. Como o será educar potenciais investidores acerca da importância da diversificação e criação de um portfólio equilibrado. Os investidores de retalho não terão a formação e experiência necessárias para escolher negócios da mesma maneira que os profissionais, no entanto uma combinação de confiar na diligência das plataformas, conseguir um alto nível de diversificação e evitar honorários maiores cobrados por gestores de investimento podem resultar comparavelmente bem.
No entanto há um aspeto ainda em falta na capacidade de os investidores se resguardarem ou se segurarem contra investimentos específicos de crowdfunding ou entre pessoas que correm mal. Com o passar do tempo, os fornecedores poderão passar a providenciar também estes serviços.
A natureza mutável da intermediação
Outra barreira que impede que a maioria das pessoas tenha um papel mais relevante na gestão dos seus próprios investimentos é o tempo que essa atividade consome. A diversificação é extremamente importante para os investidores, pelo que estes precisam de utilizar múltiplos sites e fazer múltiplos investimentos em cada site. Na realidade, poucos terão vontade de fazer isto por si mesmos.
Em resposta a esta questão, assistimos no último ano à emergência de terceiros que ajudam os investidores a colocar o seu capital em diferentes sites. Uma versão extrema desta tendência são os fundos que substituem os indivíduos nos seus investimentos, mas outros intermediários mais subtis apareceram com o objetivo de diminuir a maçada de gerir um portfólio de investimentos através dos sites. Serviços como os providenciados por startups como a 4thWay ou a InvestUp permitem aos utilizadores pesquisar oportunidades em diversos sites a partir de uma plataforma central. Este tipo de intermediação tem o potencial de tornar realidade a capacitação para um papel mais ativo na gestão de um portfolio de investimentos.
Como poderá ser o futuro?
Ainda estamos um pouco longe do dia em que o investidor de retalho médio pensará em si mesmo como um gestor de fundos, movimentando o seu dinheiro por diferentes classes de bens e investimentos, mas um mundo em que tal seja possível está a tornar-se rapidamente uma realidade. Entretanto, estes sites podem conduzir a uma diminuição da intermediação, com os intermediários financeiros a começarem a usá-los para investirem, e poderemos assistir ao crescimento de serviços de aconselhamento para ajudar a guiar os investidores na utilização destes sites.