O IDEA Spaces, em parceria com a DATA-E, apresentou os resultados do Barómetro da Felicidade no Trabalho, um estudo pioneiro que analisou os fatores que influenciam a satisfação dos trabalhadores em Portugal. Com base em 563 entrevistas, o estudo revelou que apenas 7% dos colaboradores se consideram “extremamente felizes” no trabalho, apontando questões como remuneração, reconhecimento, e flexibilidade como determinantes para o bem-estar.
Um Panorama Desafiante
Entre os principais fatores associados à felicidade no trabalho destacam-se o “interesse e motivação pelo trabalho desenvolvido” (31%), o “bom ambiente de trabalho” (23%), o “reconhecimento e valorização profissional” (19%) e a “boa remuneração” (17%). No entanto, os resultados mostram uma desconexão significativa entre as expectativas dos colaboradores e as práticas das empresas.
De acordo com Diogo Fabiana, Chief Innovation Officer da IDEA Spaces, estes resultados sublinham a importância de uma escuta ativa por parte das empresas. “As organizações precisam de identificar as reais necessidades das suas equipas. No IDEA, temos implementado diversas iniciativas para melhorar a qualidade de vida dos nossos membros e tornar a sua relação com o trabalho mais feliz e saudável. O nosso lema, Experience Happiness at Work as Never Before, traduz esta visão.”
Salários e Benefícios: Um Desequilíbrio Preocupante
O estudo demonstra uma correlação forte entre salário e felicidade. Colaboradores com rendimentos superiores a 2.500€ registaram uma média de felicidade de 7 em 10, enquanto aqueles que recebem menos de 1.000€ apresentam uma média de apenas 6 em 10. Além disso, 70% dos que recebem menos de 1.000€ são mulheres, o que reflete desigualdades persistentes.
Relativamente aos benefícios oferecidos, a discrepância é evidente. Enquanto os colaboradores valorizam mais a flexibilidade de horário (53%), seguros de saúde/vida (50%) e bónus de desempenho (46%), as empresas continuam a concentrar-se em subsídios de refeição e formações pouco eficazes. Mais de 40% dos inquiridos afirmaram que as suas entidades patronais não oferecem qualquer tipo de iniciativa ou atividade.
Cátia Cardoso, responsável pelo Marketing Digital do IDEA Spaces, sublinha que “As pessoas valorizam mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, algo que muitas empresas ainda falham em proporcionar. A falta de flexibilidade e a ausência de programas de bem-estar são problemas recorrentes.”
Regimes de Trabalho: A Felicidade no Remoto e no Coworking
Os resultados também indicam que os trabalhadores em regime remoto registam níveis mais elevados de felicidade (7,1), seguidos pelos que atuam em modelo híbrido (6,5). No entanto, o coworking emerge como uma alternativa interessante, promovendo um equilíbrio entre produtividade e interação social.
Para Sofia Lombardo, Brand Project Manager da IDEA Spaces, o coworking desempenha um papel único. “No IDEA, criamos um ambiente onde os profissionais se sentem motivados a estar presencialmente, não por obrigação, mas pela experiência de trabalhar num espaço que promove conexões e bem-estar. As community hours são um exemplo disso – momentos aguardados onde a felicidade e a interação se encontram.”
A Falta de Perspetivas de Progressão
Outro ponto crítico identificado pelo estudo é a falta de oportunidades de desenvolvimento e progressão na carreira. Cerca de 93% dos inquiridos não se consideram satisfeitos neste aspecto, o que contribui para a alta rotatividade no mercado de trabalho. Atualmente, nove em cada dez trabalhadores estão abertos a novas ofertas de emprego, e 36% planeiam mesmo mudar de trabalho nos próximos seis meses.
Repensar a Felicidade no Trabalho
Os resultados do Barómetro da Felicidade no Trabalho reforçam a necessidade de uma transformação cultural nas organizações. Investir em flexibilidade, benefícios alinhados com as expectativas dos colaboradores e iniciativas que promovam o bem-estar é essencial para melhorar os níveis de felicidade e retenção de talento.
Como conclui Diogo Fabiana, “Este estudo é um convite à mudança. A felicidade no trabalho não é apenas uma meta, mas um compromisso diário. As empresas que colocarem a felicidade dos seus colaboradores no centro da estratégia terão um impacto direto na produtividade e na sustentabilidade do seu negócio.”