Fim das moratórias pode fazer baixar o preço dos apartamentos em 2021

Foto de Sofia DaCosta no Unsplash

O mercado imobiliário vai registar uma crescente erosão dos preços dos imóveis  nos próximos 6 a 9 meses. Apesar dos atuais asking prices ainda evidenciarem uma boa capacidade de resiliência do setor imobiliário face à pandemia do novo coronavírus, a consultora Imovendo aponta para uma descida nos preços em resultado do fim das moratórias e do desemprego causado pela pandemia.

Segundo o relatório de fevereiro, da empresa especialista no mercado imobiliário, a descida nos preços vai verificar-se principalmente no segmento de apartamentos, onde esta erosão já se sente (em Janeiro último, 64% dos municípios portugueses já evidenciavam uma estagnação ou mesmo arrefecimento no preço dos apartamentos, contra apenas 42% no segmento das moradias), uma realidade que tenderá a agravar-se à medida que as moratórias acabarem e a oferta imobiliária aumentar mais do que a procura residencial.

Acresce que, há apenas 3 meses, o peso dos municípios que já experimentavam algum tipo de evidência de desaceleração dos preços praticados em 58% dos municípios, no caso dos apartamentos, ao passo que nas moradias a tendência para desaceleração verificava-se em apenas 29%. Ou seja, o que se assiste é um crescente impacto do aumento do desemprego, do aumento da incerteza sobre o desempenho económico nacional nos próximos 6 meses e, sobretudo, o antecipar do fim das moratórias que, caso não ocorra de forma gradual e controlada, poderá colocar uma pressão adicional do lado da procura para que os preços sejam fortemente ajustados em baixa.

“O crescente peso dos municípios que apresenta sinais vermelhos em termos de evolução homóloga dos preços é um sinal de que a pressão para que os asking prices sejam revistos em baixa será cada vez maior, promovendo um círculo vicioso de sucessivos ajustamentos em baixa, que pemitirá que 2021 seja sinónimo de inversão do mercado e de novas oportunidades de investimento a preços mais competitivos”, sustenta o CEO da Imovendo.

Segundo a consultora, quanto mais cedo as moratórias começarem a ser negociadas com as famílias, quanto mais gradual for este processo, e quanto mais cedo o turismo der sinais de recuperação, menor será a propensão de parte do inventário existente ser colocado no mercado a preços mais baixos por uma questão de salvaguarda da liquidez dos investidores, pelo que menos abruptos serão os ajustamentos que serão efetuados.
 
“Em janeiro deste ano, apenas 36% dos municípios em Portugal apresentavam valores do m2 mais altos do que no ano anterior no segmento dos apartamentos e esta é uma tendência que se alargará em efeito mancha de óleo a partir das áreas urbana as mais consolidadas para o resto do país, pelo menos até ao fim do primeiro semestre de 2021”, lê-se no relatório regional da Imovendo.

Este estudo é realizado mensalmente pela Imovendo, uma consultora que atua nos ramos imobiliário e de mediação através de ferramentas tecnológicas e online.

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