Em apenas dois anos, as entidades portuguesas já captaram 500 Milhões de Euros (M€) no programa Horizonte Europa (HE) para financiar os projetos em que participam. No anterior programa-quadro de financiamento europeu à I&D, o Horizonte 2020 (H2020), foram precisos quatro anos para as entidades nacionais atingirem esta meta.
Nos primeiros dois anos do HE, registaram-se 7.662 participações de entidades portuguesas em 4.797 candidaturas, o que corresponde a 10% do total de candidaturas submetidas ao programa-quadro por todos os países elegíveis para este financiamento europeu.
Segundo António Grilo, presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), “comparando os dois primeiros anos, dos dois programas-quadro, é evidente uma alteração no perfil das entidades que participam. Se, por um lado, as instituições de ensino superior mantêm a eficiência na captação de financiamento, o montante atribuído ao setor empresarial quase duplicou”.
“Esta participação traz visibilidade e prestígio às entidades envolvidas tendo ainda o potencial de abrir novas oportunidades de negócio em geografias diferentes. Permite também o alinhamento com estratégias e políticas europeias e contribuir para o desenvolvimento de nova regulamentação em setores estratégicos para a Europa”, sublinha António Grilo.
No âmbito da atuação na promoção do Programa-Quadro de Investigação e Inovação de União Europeia, a ANI é uma das agências da rede PERIN, que reúne as várias entidades que, em Portugal, são responsáveis por promover e potenciar a participação nacional nas atividades de investigação e inovação do Horizonte Europa.
PME aumentam participação em 110,8%
As instituições de ensino superior captaram até agora 138 M€, mais 68,3% que no mesmo período do H2020. Estas entidades obtiveram 28% do total captado por Portugal (a mesma percentagem que nos primeiros dois anos do H2020). Já os centros de investigação continuam a ter uma expressão significativa, tendo angariado, até ao momento, um financiamento de 180 M€.
As empresas portuguesas obtiveram um financiamento de 125 M€, mais 82% que nos primeiros dois anos do H2020. As grandes empresas mantiveram a sua participação em volume de financiamento, já o financiamento às PMEs é agora mais expressivo no HE (78M€ em comparação com 37M€ no período homologo anterior). Há ainda um ligeiro aumento de 2% no que se refere à participação de outras entidades, como câmaras municipais, organizações não governamentais, entre outras.
A região de Lisboa continua a ser aquela com maior volume de financiamento captado (mais 26,3% que no H2020), ainda que de forma mais moderada no atual programa-quadro, passando de uma representatividade de 54% do valor total no H2020 para 40% no HE.
A região Norte aumentou substancialmente a participação, passando de 23% para 34% do financiamento, que aumentou 145,6% face aos primeiros dois anos do H2020. No Centro, apesar do decréscimo de 1% da participação, houve uma quase duplicação de financiamento. Também o aumento relativo de participação é expressivo no Algarve e no Alentejo que passaram de 2% para 4%.