Estudo da BCG revela que o mercado europeu de M&A registou um crescimento robusto, liderando a nível global, enquanto setores como Telecomunicações e Tecnologia impulsionam a atividade.
O mercado de fusões e aquisições (M&A) na Europa destacou-se no primeiro semestre de 2024, com um crescimento de 23%, alcançando 255 mil milhões de dólares em transações, de acordo com o estudo “M&A Sentiment Index” da Boston Consulting Group (BCG). Este aumento, que superou as expectativas iniciais, deve-se principalmente ao desempenho do Reino Unido, que registou um aumento de 185% no valor das transações, contrastando com as quedas registadas em França (-25%) e Alemanha (-32%).
A nível global, o mercado de M&A também cresceu, embora de forma mais moderada, com um aumento de 4% face ao mesmo período de 2023, atingindo um total de 1 bilião de dólares. No entanto, este valor permanece abaixo da média dos últimos dez anos, que ronda os 1,5 biliões de dólares.
América em crescimento, Ásia em declínio
A América do Norte liderou a atividade global, sendo responsável por 61% do mercado, enquanto a região da Ásia-Pacífico sofreu um declínio acentuado de 40%, o valor mais baixo em 11 anos. Países como o Japão (-67%) e a China (-36%) contribuíram para esta queda.
Os setores que mais contribuíram para o crescimento global das fusões e aquisições foram as Telecomunicações, Media e Tecnologia, com um aumento de 39%, seguidos pelas Instituições Financeiras e Imobiliário (26%) e Energia (23%). Em contraste, os setores Industrial e Saúde registaram as maiores quedas.
Inteligência Artificial e ESG como motores de futuro
O estudo também aponta para a Inteligência Artificial (IA), os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) e a recuperação dos níveis de valorização como impulsionadores de futuras transações no mercado de M&A. A transição energética e a descarbonização são vistas como áreas estratégicas que deverão atrair interesse por parte das empresas.
Apesar do crescimento, o estudo da BCG sugere uma evolução ambígua do mercado até ao final de 2024, devido a fatores como a incerteza económica, inflação, política monetária e desafios geopolíticos.