Gary é muito frontal nas suas intervenções e as suas palestras no Web Summit mostraram isso. Ele mora nos EUA e é filho de imigrantes de uma região da antiga União Soviética (hoje conhecida como Bielorrússia). Desde os seus 5 anos Gary já mostrava o seu lado empreendedor ao vender limonada na rua e a tirar neve das portas das casas dos vizinhos. Mais tarde ajudou o pai no negócio da família, uma pequena loja de licores, e aos 22 anos já conduzia o negócio da família, vendendo vinhos, o que acabou por se tornar a sua área de interesse.
A passagem para a fama deu-se quando começou a publicar vídeos na Internet com as suas dicas sobre vinhos. O seu canal ‘Wine Library TV’ tornou-o famoso e reconhecido como um dos maiores experts no assunto.
Atualmente, Gary dedica-se à sua empresa de social media, a VaynerMedia, fazendo consultoria e palestras sobre como utilizar os meios digitais e ensinando a aumentar as vendas e a fidelizar clientes. O seu canal no YouTube é hoje um dos mais consultados na área do empreendedorismo.
Na sua intervenção de ontem no Web Summit, Gary foi mais uma vez um ‘animal de palco’. Divertido e provocador, soube colocar a audiência, quase cheia do MEO Arena, ao rubro, fazendo jus à sua reputação.
Segundo ele, ser empreendedor não é para todos. Referindo-se a um estudo que revela que apenas uns 5% da população mundial são empreendedores, Gary recomenda à audiência para que ‘não sejam empreendedores’, pois ‘ser empreendedor é ser esmurrado na cara todos os dias, durante 365 dias por ano, para o resto das nossas vidas…’
Gary Vaynerchuk considera que, ainda que muita gente queira ser empreendedor, muitos acabam por fazer coisas que já foram feitas por outros, referindo, por exemplo, que ‘por cada Instragram, existem outras 5000 ‘insta-shits” que não vingam no mercado.
‘O Medo não é uma opção para os empreendedores’, sublinha Gary, o que interessa mesmo é agir, e não estar sempre a queixar-se. ‘Até porque se passarmos a vida a queixar-nos, ninguém nos irá ouvir, a não ser os ‘falhados’ à nossa volta’, conclui.
Todos os discursos de Gary são emocionais, e o seu característico uso do ‘calão’ já faz parte integrante dos mesmos. ‘Shit’ e ‘fuck’, são duas das expressões que iremos sempre ouvir nas suas intervenções, e que provavelmente as usa para conquistar um maior poder e, consequentemente, maior empatia sobre a audiência.
De igual modo a sua expressividade gestual garante sempre que a atenção está sempre virada para ele. Um exemplo típico no seu discurso no Web Summit, foi o tremer do pé, para captar a atenção das pessoas, e inclinar-se para a frente nas alturas mais efusivas da sua apresentação.
O seu último conselho dado aos empreendedores presentes no Web Summit foi que ‘se fores suficientemente bom, ninguém te irá parar‘, terminando depois dizendo que ‘a vida é fenomenal‘ e ‘parem de se queixar, até porque ninguém se interessa‘.