Em 2023, os ativos sob gestão aumentaram 12% a nível global, mas os lucros do setor caíram 8% devido a desafios como a pressão sobre receitas e aumento de custos. A IA Generativa é apontada como uma solução transformadora para melhorar a produtividade e a personalização no setor.
Um estudo da Boston Consulting Group (BCG) revela que, apesar de os ativos sob gestão terem crescido 12% em 2023, atingindo 118,7 mil milhões de dólares, os lucros do setor de gestão de ativos caíram 8%, devido ao aumento dos custos e à falta de produtos inovadores. O crescimento do setor na Europa ficou abaixo da média global, fixando-se nos 8%, refletindo a pressão sobre as receitas, a priorização de fundos passivos e o aumento da pressão sobre as taxas.
Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa, salientou que, embora o crescimento dos ativos seja um sinal positivo, o setor enfrenta desafios significativos em termos de rentabilidade. O aumento dos custos, que subiram 4,3% em 2023, combinado com a carência de produtos inovadores, está a dificultar a competitividade dos gestores de ativos. Em particular, a falta de novos produtos diferenciados tem tornado difícil a retenção de fundos de investimento, com uma redução significativa na percentagem de fundos que permanecem ativos após o seu lançamento.
“Uma das alavancas para o aumento de competitividade no futuro, deverá ser o investimento em Inteligência Artificial Generativa com enfoque em aumento de produtividade e capacidade de personalização de produtos e oportunidades em mercados privados, garantindo assim uma maior criação de valor”, acrescenta.
A Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) é vista como uma possível solução para impulsionar o setor, com 72% dos gestores de ativos a acreditar que esta tecnologia terá um impacto significativo ou transformador nos próximos três a cinco anos. A IA Generativa pode ser utilizada para aumentar a produtividade, melhorar a personalização dos serviços e criar novas oportunidades em mercados privados. A BCG recomenda que os gestores de ativos invistam na integração estratégica desta tecnologia nas suas operações para melhorar a competitividade e criar mais valor a longo prazo.