À medida que o mundo do trabalho enfrenta desafios sem precedentes, a adaptação a novas dinâmicas torna-se crucial. A diversificação de talentos, a valorização das “soft skills” e a incorporação de tecnologias emergentes delineiam o caminho para organizações resilientes e colaborativas no futuro.
Perante a histórica escassez de talento que afeta globalmente o mercado de trabalho, a pesquisa “O Futuro do Trabalho tem HuManpower” da Manpower revela insights cruciais para as empresas que procuram enfrentar os desafios relacionados com a transformação tecnológica e a transição para o trabalho remoto. Das conclusões destaca-se a ênfase na diversificação de talentos e a valorização das “soft skills”, como estratégias fundamentais.
A crise global de escassez de talento, atingindo os 77% a nível mundial e alcançando um pico de 84% em Portugal, impulsiona as empresas a repensarem as suas abordagens de aquisição de talentos. A abertura para candidatos “não tradicionais”, como profissionais seniores e aqueles com percursos interrompidos, torna-se uma estratégia vital para preencher lacunas de competências. Esta mudança não aborda apenas a escassez imediata, mas também contribui para a diversificação e inclusão nas equipas de trabalho.
“O mercado de trabalho está a mudar e, hoje mais do que nunca, o capital humano é o ativo mais importante de qualquer empresa. Num mundo cada vez mais tecnológico, é necessário olhar para a mudança e ver nela uma oportunidade”, explica Daniela Lourenço, Brand Leader da Manpower.
Para Daniela Lourenço, “São as competências humanas que vão fazer a diferença na criação de valor, algo que está a incentivar as empresas a desenvolver estratégias de talento abrangentes e inclusivas, que assentam nessas human skills como espinha dorsal do desenvolvimento do talento e do sucesso das organizações.”
A pesquisa da Manpower destaca a crescente importância das “soft skills” ou competências humanas. Comunicar, colaborar e trabalhar em equipa tornam-se atributos críticos, sendo citados por 46% dos empregadores como fundamentais no processo de recrutamento. A valorização dessas competências reflete a necessidade de equilibrar a experiência técnica com habilidades interpessoais à medida que as empresas procuram construir ambientes de trabalho mais colaborativos e dinâmicos.
A adaptação a novas bases de talento torna-se uma prioridade, com a exploração de candidatos não convencionais. A pesquisa revela que 35% das empresas estão mais dispostas a contratar talento sénior, reconhecendo a valiosa experiência que esses profissionais podem trazer. Além disso, a inclusão de candidatos com experiências de trabalho não tradicionais, como no gaming, demonstra uma abordagem inovadora para suprir as necessidades do mercado de trabalho.
A procura por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, aliada à clareza nas carreiras, destaca-se como um impulsionador essencial da produtividade. Embora o retorno ao trabalho presencial seja uma estratégia para aumentar a eficiência, apenas 20% dos empregadores consideram a colaboração presencial como o principal fator. Em vez disso, 46% enfatizam o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional como a chave para um ambiente de trabalho mais produtivo.
Também a tendência para uma força de trabalho “verde” reflete a urgência global em combater as alterações climáticas. Com 65% dos empregadores nacionais já a recrutar para funções verdes ou a planear fazê-lo, a busca por profissionais com “green skills” intensifica-se. Este movimento abrange vários setores, com a Indústria e Produção liderando a procura por funções técnicas especializadas relacionadas com a sustentabilidade.
A inserção da Inteligência Artificial e Realidade Virtual no quotidiano dos trabalhadores representa uma resposta às necessidades tecnológicas. Apesar das preocupações sobre o impacto no emprego, 58% dos empregadores estão otimistas, vendo essas tecnologias como criadoras de empregos e facilitadoras nos processos de recrutamento, eliminando preconceitos subconscientes.
O reconhecimento das competências provenientes do gaming e e-sports na formação de “soft skills” abre novas perspetivas no recrutamento. Com 57% dos empregadores a considerar essas competências e 65% a planear fazê-lo no futuro, o gaming emerge como uma plataforma de desenvolvimento de habilidades humanas valiosas.
A pesquisa também destaca a importância de identificar competências específicas para diferentes gerações. Segundo o estudo, a Geração Z é valorizada por Aprendizagem Ativa e Curiosidade, enquanto os Millennials destacam-se por Colaboração e Trabalho em Equipa. A Geração X e os Baby Boomers são apreciados pelas competências de Formação, Mentoring e Liderança.