Gestão empresarial: Falta de alinhamento entre departamentos compromete crescimento

Inquérito SAP Concur revela divergências internas no C-suite e destaca a necessidade de uma nova abordagem estratégica nas áreas financeira, tecnológica e de talento

Wavebreack Media em Freepik

O inquérito anual CFO Insights da SAP Concur revela um cenário desafiante para os líderes financeiros em 2025. As tensões geopolíticas e a incerteza económica estão entre as principais preocupações de mais de um terço dos CFOs, mas o verdadeiro entrave ao progresso pode estar dentro das próprias empresas: a falta de alinhamento entre os departamentos financeiros, de RH e de TI ameaça comprometer as estratégias de crescimento.

A maioria dos CFOs considera que deve liderar os esforços de crescimento empresarial. No entanto, esta perceção não é partilhada por outros executivos de topo, nomeadamente da área financeira intermédia ou dos Recursos Humanos. Este desfasamento pode dificultar a adesão a novas iniciativas, sobretudo quando os restantes departamentos não sentem que fazem parte do processo. O estudo mostra que uma abordagem mais colaborativa — partilhando indicadores-chave de desempenho e responsabilidades — pode ser a chave para desbloquear o potencial de crescimento.

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No domínio da gestão de talento, as prioridades voltam a divergir. Enquanto os CFOs concentram os seus esforços na eficiência e controlo de custos, os líderes de RH apontam a experiência dos colaboradores como prioridade máxima, mas reconhecem falta de recursos para concretizar esta ambição. Curiosamente, o apoio que mais valorizam não é orçamental, mas estratégico: desejam colaboração ativa das finanças no planeamento da força de trabalho e no desenvolvimento de métricas que justifiquem os investimentos em capital humano. Essa cooperação só poderá resultar de uma visão mais integrada entre departamentos e objetivos comuns.

A cibersegurança surge também como um ponto sensível, com consequências financeiras elevadas. Apesar de reconhecerem os riscos, muitos CFOs continuam a encarar a segurança digital como uma responsabilidade das TI. Já os líderes tecnológicos defendem que essa responsabilidade deve ser partilhada. Esta divergência pode comprometer os planos de crescimento, se não for ultrapassada através de orçamentos colaborativos e uma estratégia conjunta de mitigação de riscos.

O relatório conclui que o verdadeiro potencial do C-suite só será desbloqueado quando os líderes financeiros adotarem uma postura mais colaborativa, envolvendo os restantes executivos na definição e execução das estratégias. Perante desafios cada vez mais interdependentes — como a instabilidade económica, a guerra pelo talento e as ameaças digitais —, os CFOs devem abandonar o isolamento funcional e liderar uma nova cultura de cooperação transversal.

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