Gil Guilherme: “Devemos estar sempre preparados para aprender”

Gil Guilherme (foto de EMJOGO)

O EMJOGO é uma plataforma digital orientada para ajudar os clubes desportivos a melhorar a sua organização e comunicação. A solução tecnológica, desenvolvida por Gil Guilherme, atua como um software de gestão integrada que permite aos clubes organizar e gerir as suas equipas, os seus atletas e sócios, numa única plataforma.

“A ideia inicial foi a criação de websites para clubes desportivos. Enquanto consultor informático, um dos trabalhos em que me envolvi, nos finais de 2014, foi na criação de um website para um clube desportivo”, recorda Gil Guilherme.

“Após uma pesquisa, concluí que a presença digital dos clubes era muito limitada ou simplesmente não existia, sendo que estas instituições necessitam de cultivar a relação entre os sócios e adeptos às suas equipas. Algo teria de ser feito para aproveitar todo o seu potencial. Aliando a minha paixão pelo desporto e a motivação de criar algo inovador, assim nasceu o EMJOGO”.

O projeto assenta numa solução tecnológica abrangente, que tem em conta os baixos recursos financeiros e humanos da maioria dos clubes desportivos. Então, para lá da simples presença online dos clubes desportivos, o EMJOGO evoluiu para uma ferramenta de gestão, onde os clubes podem também organizar e gerir equipas, bem como gerir atletas e sócios, numa única plataforma.

Aliei à paixão pelo desporto a motivação de criar algo inovador

“Em 2016, conquistámos os primeiros clientes e abraçámos vários desafios, mais do que uma plataforma, queremos ser o parceiro tecnológico na modernização dos clubes desportivos, sublinha Gil Guilherme.

Através de um software na Cloud, a plataforma EMJOGO permite centralizar e organizar toda a informação do trabalho que é feito diariamente pelos atletas e colaboradores dos clubes, dando resposta às necessidades de profissionais especializados que caracterizam o investimento recente dos clubes.

“Os clubes hoje investem muito na especialização e diversificação do seu staff. Para além de treinadores, podemos encontrar muitos outros profissionais, como: fisioterapeutas, nutricionistas ou psicólogos. O EMJOGO permite que cada um destes elementos de staff, tenha acesso para registar e acompanhar o seu trabalho. Por exemplo, o treinador coloca a informação sobre os treinos e jogos das suas equipas e atletas, enquanto um fisioterapeuta faz um acompanhamento a nível médico, como lesões, tratamentos ou exames”, explica Gil Guilherme. “Dirigentes com permissões superiores podem acompanhar esta informação em tempo real, durante a época desportiva e ao longo dos anos. Para além de perceber o resultado de todo o trabalho com os atletas, também pode passar esse trabalho a futuras direções.”

De projeto individual a crescimento sustentado

Apesar do foco do EMJOGO ser facilitar o trabalho de equipa, o projeto tecnológico nasceu de um homem só. Se isso facilitou os processos de decisão, nos momentos iniciais da startup, Gil Guilherme também sentiu sobre os seus ombros o peso de todo o trabalho que muitas vezes teve de aprender por tentativa e erro.

“Sem dúvida! É o meu primeiro negócio e, como único fundador, tive de aprender tudo desde o início. Fui responsável por iniciar cada uma das áreas antes de fazer uma contratação. Estou a falar mesmo de todas as áreas: quer seja de desenvolvimento de produto, que aliás é a minha área, mas também a nível de vendas, marketing, acompanhamento de cliente, design, gestão de produto, financeiro, etc.”.

“Estou longe de ser um especialista – e nem o pretendo ser – mas este percurso permitiu, não só perceber as necessidades e o que era necessário para cada área, como depois acompanhar e perceber quando já estão outras pessoas responsáveis por elas. Acredito que ter este conhecimento de como as coisas funcionam e se integram, ajuda a perceber o negócio e relacionar com os colaboradores”, sublinha.

Saber como as coisas funcionam, ajuda a relação com os colaboradores

“À medida que o negócio vai crescendo, vamos encontrando novos desafios pela frente. Por isso acho que o caminho tem sido feito sempre de desafios. Contudo, onde penso que fiquei mais tempo parado e foi mais difícil de desbloquear, foi mesmo na fase inicial: passar da ideia para uma solução aceite pelo mercado” diz Gil Guilherme.

O projeto EMJOGO foi um dos participantes do programa de aceleração, Lisbon Challenge em 2018. “Essa participação “obrigou-me” a parar e procurar uma perspetiva diferente para o que estava a fazer naquele momento. Fazer uma mudança na solução que oferecia, revelou-se uma boa aposta porque as coisas começaram a fluir mais naturalmente.”

Afinal, como diz Gil Guilherme, “a maior aprendizagem que retiro da criação de um projeto é que devemos estar sempre preparados para aprender. Hoje, a evolução acontece com tanta velocidade e é tão competitiva, que não há outra forma se quisermos continuar a ser relevantes.”

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