A Google, Microsoft e Deloitte lideram a lista das empresas mais desejadas pelos jovens portugueses, segundo o estudo Empresas Mais Incríveis de Portugal 2024 (EMIP 2024), conduzido pela Magma Studio, uma consultora especializada na gestão de talento jovem. A pesquisa, baseada em 6.558 respostas de estudantes e recém-licenciados, revela que a geração que entra no mercado de trabalho valoriza mais do que apenas um bom salário – procura flexibilidade, desafios e oportunidades de desenvolvimento profissional.
“As empresas que querem captar e reter talento precisam de perceber que os jovens não se movem só por salários. Querem aprender, crescer e sentir que o seu trabalho faz a diferença. Se uma empresa não lhes der isso, alguma o fará”, sublinha Miguel Gonçalves, CEO da Magma Studio.
Setores mais procurados e expectativas salariais
Os setores mais atrativos para os jovens profissionais são:
- Tecnologia (36%)
- Indústria automóvel (13%)
- Consultoria (13%)
Por outro lado, banca e seguros são os menos desejados, com apenas 4% de preferência.
O estudo revela ainda que os recém-licenciados esperam um salário médio líquido de 1.303€/mês. No entanto, há disparidades:
- Os jovens da área da tecnologia têm expectativas 11,9% superiores às dos licenciados em gestão.
- Os homens esperam ganhar 9,3% mais do que as mulheres.
O que realmente importa na escolha de emprego?
Embora o salário continue a ser um fator relevante, 77% dos jovens preferem um modelo de trabalho híbrido e apenas 16% desejam um regime presencial. A flexibilidade é vista como essencial para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A falta de crescimento e aprendizagem é o principal motivo para mudar de emprego (26% dos inquiridos), seguido por melhores condições salariais (24%) e incompatibilidade com a cultura da empresa (11%).
“Os jovens não querem apenas um salário competitivo. Querem flexibilidade, desafios e uma cultura que os faça sentir parte de algo maior. As empresas que não perceberem isto vão perder os melhores talentos”, acrescenta Miguel Gonçalves.
Receios e preocupações da nova geração
Ao entrar no mercado de trabalho, os jovens portugueses manifestam algumas preocupações:
- Receio de não gostarem do que fazem (19%)
- Ambiente de trabalho não corresponder às expectativas (19%)
- Medo de cometer erros e falhar (14%)
A nível social, os principais desafios identificados são:
- Custo de vida elevado (31%)
- Saúde mental da geração (22%)
- Desemprego (15%)
A nova realidade do recrutamento
O EMIP 2024 revela que as empresas que querem atrair os melhores talentos terão de oferecer mais do que um bom ordenado. A flexibilidade, o crescimento profissional e uma cultura empresarial forte são agora critérios decisivos para os jovens profissionais.