No início de agosto, a fragilidade do mercado de ações em 2024 tornou-se evidente. Um relatório de emprego nos EUA abaixo das expectativas, os efeitos do comércio de carry trade em ienes e tensões no Médio Oriente desencadearam a pior sessão bolsista desde 2022, resultando numa perda de milhares de milhões de dólares em poucas horas.
Segundo a Finbold, estas condições levaram a um aumento significativo nas pesquisas por “recessão” entre 4 e 10 de agosto, com o maior interesse registado na capital norte-americana. Embora a venda massiva no mercado tenha impulsionado esta tendência, a preocupação com taxas de juro altas, dívida pública crescente e uma possível bolha na inteligência artificial (IA) já vinham aumentando ao longo do ano.
A inquietação não se limitou aos Estados Unidos. Globalmente, as pesquisas por “recessão” subiram 177%, com Nova Zelândia e Singapura a liderarem o aumento.
“O ano de 2024 tem sido marcado por contradições no mercado, com receios de recessão lado a lado com recordes em índices e ações, deixando os especialistas divididos sobre a real situação económica”, destacou Andreja Stojanovic, coautora da pesquisa.
Com efeito, apesar do pico de interesse e das recentes quedas no mercado, não há consenso sobre a iminência de uma recessão. Ao longo de 2024, surgiram opiniões divergentes entre os analistas, com alguns a preverem uma continuação do mercado de alta, enquanto outros antecipam quedas significativas.
Independentemente das previsões, o aumento das pesquisas por “recessão” e a rapidez e severidade da reação do mercado a más notícias, sejam relatórios de lucros, conferências de imprensa governamentais ou notícias políticas, demonstram que, pelo menos, a economia dos EUA é percecionada como estando numa situação delicada.
