A plataforma de financiamento colaborativo sustentável Goparity alcançou recentemente a marca de 25 milhões de euros investidos, sendo que mais de 9 milhões de euros foram angariados junto da sua comunidade de investidores para apoiar o desenvolvimento de cerca de 135 projetos de energia sustentável. Esse valor tem contribuído para a criação de sistemas energéticos renováveis e descentralizados, acessíveis a todos, e para a redução da pobreza energética em diferentes países, incluindo Portugal.
Com a missão de capacitar pessoas e empresas a apoiar ativamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, aproximadamente 36% do montante total angariado pela fintech, por meio de campanhas de crowdlending, foi emprestado a empresas e associações sem fins lucrativos para criar e expandir seus projetos de energia sustentável em sete regiões geográficas. Portugal continua a ser a região mais relevante, com mais de 4,5 milhões de euros angariados, seguido pela Colômbia, com 2,6 milhões de euros, Itália, Brasil, Uganda, Quénia e Espanha.
A maioria das empresas que utilizaram a plataforma da Goparity pertencem ao setor energético, mas também há empresas dos setores de alimentação, turismo sustentável e pequenos negócios que procuraram financiamento, principalmente para a instalação de centrais solares para autoconsumo. Embora a maior parte dos fundos tenha sido utilizada para o desenvolvimento de centrais solares para autoconsumo, também foram financiados projetos de eficiência energética e mobilidade elétrica. Graças aos investimentos obtidos, essas empresas geram mais de 16.900 megawatts de energia limpa anualmente, evitando a emissão de cerca de 15.466 toneladas de CO2 por ano e visando a criação de 4.370 novos empregos.
Segundo Nuno Brito Jorge, fundador e CEO da Goparity, “Apesar de Portugal ser um bom exemplo no aproveitamento dos recursos naturais e na visão política de um país descarbonizado até 2050, continuamos atrás da Europa na adoção de outra prática tão importante quanto necessária: a democracia energética. O financiamento colaborativo para projetos energéticos tem a vantagem de permitir o envolvimento das pessoas na transição energética, em vez de impô-la”.
Bas van Bakel, CEO da LIC, destacou o projeto de modernização da iluminação pública no município de Villavicencio, na Colômbia, e os promotores das campanhas de Iluminação Urbana Inteligente, que já angariaram 500 mil euros. Segundo ele, “A equipa da Goparity compreende, como ninguém, que uma atitude proativa é crucial para alcançar resultados significativos. A forma pragmática com que estruturam as campanhas permitiu-nos fechar a nossa primeira campanha, e receber o respetivo financiamento, em apenas quatro semanas após a reunião de lançamento”.
Um exemplo dessa democratização e envolvimento das pessoas são as Comunidades de Energia Renovável e os Autoconsumos Coletivos em Portugal, que têm utilizado o financiamento colaborativo como alternativa. “Já financiámos oito projetos, incluindo quatro que estão neste momento a funcionar em pleno, segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Localizadas de norte a sul do país, estas conseguiram adquirir um total de mais de 500 mil euros e atualmente têm capacidade de produzir 914 megawatts de energia renovável”, acrescentou Nuno Brito Jorge.
A Goparity tem como principal objetivo democratizar o acesso ao financiamento sustentável, conectando empresas e indivíduos que desejam investir em projetos com impacto positivo nas pessoas e no planeta. Somente no ano passado, foram angariados cerca de 10,4 milhões de euros provenientes de mais de 29 mil membros registados. Por sua vez, os projetos de energia sustentável financiados por meio da plataforma tiveram um impacto positivo em cerca de 88.000 pessoas, criaram quase 5.000 empregos e contribuíram para evitar a emissão de 24 mil toneladas de CO2 na atmosfera anualmente.
