A plataforma de financiamento colaborativo Goparity destaca o seu papel na promoção da economia azul sustentável em Portugal, ao angariar mais de 4 milhões de euros para quase 30 campanhas de financiamento colaborativo neste setor. Este investimento visa combater a pressão sobre as zonas costeiras e promover a gestão sustentável dos recursos marinhos.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas, cerca de 40% da população mundial vive num raio de 100 quilómetros da costa. Esta realidade destaca a importância de proteger e preservar os ecossistemas marinhos, enfrentando desafios como a exploração excessiva dos recursos marítimos e a ocupação massiva das zonas costeiras.
A Goparity tem desempenhado um papel crucial ao financiar projetos que promovem a aquacultura sustentável, a investigação e desenvolvimento em biotecnologia marinha, e outras iniciativas relacionadas com a economia do mar e da água. Através do seu modelo de financiamento ético, a plataforma tem conseguido canalizar investimentos para empresas que procuram criar soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelos oceanos.
Portugal foi o país que concentrou a maior fatia de financiamento – cerca de 4,065 milhões de euros, emprestados a médias empresas para criarem e desenvolverem os seus projetos no ramo da economia do mar e da água. O valor angariado tem contribuído maioritariamente para iniciativas de aquacultura sustentável e para investigação e desenvolvimento em biotecnologia.
De acordo com Nuno Brito Jorge, fundador e CEO da Goparity, “como portugueses crescemos a ouvir falar do mar e do potencial da economia do mar. A verdade é que com uma costa e Zona Económica Exclusiva tão extensas e biodiversas, Portugal pode ser líder global na preservação e aproveitamento sustentável dos oceanos. O modelo da Goparity permitir que empresas e a sociedade civil se envolvam nesta transição. Estamos empenhados em apoiar cada vez mais empresas que queiram fazer parte desta mudança.”
Entre as iniciativas beneficiadas pelo financiamento da Goparity em Portugal, estão empresas como a Oceano Fresco, dedicada à aquicultura de bivalves, que têm contribuindo para a criação de empregos e a gestão sustentável dos recursos marinhos. Fora de Portugal, o projeto mais relevante foi promovido pela empresa escocesa Ace Aquatec com uma campanha de 500 mil euros para financiar a sua tecnologia de monitorização e classificação de populações de peixe, de forma a reduzir taxas de mortalidade excessivas na exploração piscícola.
Graças ao investimento conseguido, as empresas apoiadas garantem hoje a gestão sustentável de 119 hectares de água, evitam a emissão de 266 toneladas de CO2 por ano e já criaram 135 postos de trabalho.
