Um estudo da HousingAnywhere revelou uma discrepância de 30,2% entre o valor de renda em Lisboa e as expetativas dos inquilinos, enquanto o Porto registou um aumento significativo no último ano, apesar de ter uma das taxas de disparidade mais baixas da Europa, com apenas 12,1%.
O Rent Gap Monitor da HousingAnywhere analisou as disparidades de renda em 23 cidades europeias, mostrando que Lisboa e Porto apresentam diferenças de 30,2% e 12,1%, respetivamente. Em Lisboa, o preço mediano da renda de um apartamento é de 1.693€, enquanto os inquilinos esperavam encontrar alojamento por 1.300€. No Porto, a renda mediana é de 1.184€, mas os inquilinos esperavam pagar cerca de 1.056€.
O aumento das rendas no Porto contribuiu para o aumento da diferença de preços, passando de 19€ para 128€ no último ano. Por outro lado, em Lisboa, a discrepância diminuiu de 667€ para 393€, devido a uma diminuição anual de 10,9% nos preços das rendas.
Djordy Seelmann, CEO da HousingAnywhere, destacou que embora a disparidade entre os preços de mercado e as expetativas dos arrendatários seja significativa em algumas cidades europeias, observou-se uma diminuição desta diferença em 14 das 23 cidades analisadas em relação ao ano passado. Este cenário oferece uma luz de esperança no meio da crise da habitação.
Em Espanha, as cidades de Madrid e Valência apresentaram aumentos consideráveis nas taxas de discrepância (15,4% e 30%, respetivamente), enquanto Barcelona registrou uma diminuição de 21,1% na diferença, resultando numa taxa de discrepância de 10,8%. Na Alemanha, Colónia lidera com a maior discrepância percentual de preços de renda (47,1%), seguida por Munique e Hamburgo.
Em Itália, Roma lidera os valores em números absolutos. No final de 2023, os inquilinos que procuravam um apartamento na capital italiana esperavam pagar 1479€, enquanto o preço mediano da renda era de 2000€, resultando numa diferença de 521 euros. Milão, Turim e Florença também apresentam discrepâncias de 20%, 18,8% e 13,6% respetivamente, tendo todas diminuído em comparação com o ano anterior.
Nos Países Baixos, Roterdão e Amesterdão apresentam diferenças variadas, com Roterdão quase alinhada com as expetativas dos inquilinos, enquanto Amesterdão mantém uma discrepância de 22,2%.