Lisboa lidera as cidades europeias com preços mais altos, tanto em média de venda, como de arrendamento, em comparação com Madrid, Barcelona e Milão. Apenas Paris é mais cara.
Em 2023 estima-se que os preços de arrendamento continuem a aumentar em toda a Europa, enquanto os preços para compra de habitação deverão estabilizar ou cair ligeiramente em 2023.
A CASAFARI, a maior plataforma europeia de dados imobiliários, apresentou ontem as conclusões do Relatório do Mercado Residencial para o 4º trimestre de 2022, tendo por base todos os dados de imóveis online e registados na plataforma, num total de mais de 180 mil imóveis disponíveis online nas cidades de Lisboa, Paris, Milão, Madrid e Barcelona
Os preços de arrendamento registaram um forte crescimento devido a um défice de oferta generalizado. As rendas das cidades analisadas aumentaram em média 17,9% comparativamente ao período homólogo, à data de dezembro de 2022.
Lisboa lidera as subidas das rendas com um aumento de +36,9%, atingindo um valor de renda médio de 21€/ m², o mesmo preço médio de Barcelona. Paris, continua a ser a cidade mais cara para arrendar, no entanto mostrou um crescimento mais modesto nas rendas, com +4,5% quando comparado com o período homólogo. As restantes cidades tiveram aumentos sólidos de dois dígitos desde dezembro de 2021, variando de +11,6% em Madrid, e +19,3% em Milão.
Em dezembro de 2022, o preço médio de arrendamento por metro quadrado era de 41€/m² em Paris; 23€/m² em Milão; 21€/m² em Barcelona; 21€/m² em Lisboa e 17€/m² em Madrid.
Já quanto aos preços de venda de imóveis para habitação, entre 2021 e 2022 registaram-se aumentos em média de 4,5%. A variação mais acentuada foi em Madrid, onde os preços subiram +8,1%, seguido de Lisboa com +7,1% e Barcelona com +6,6%. Apenas a cidade de Milão registrou um crescimento modesto de +2,2%. Já em Paris, registou-se uma tendência oposta, com um decréscimo de -1,7%.
Em Dezembro de 2022, Paris e Lisboa eram as cidades mais caras no preço por metro quadrado (€ 4.947/m²), seguidas por Milão (€ 4.773/m²), Barcelona (4.208€/m²) e Madrid (4.009€/m²).
Arrendamento com elevada rentabilidade nas cidades do Sul
Os rendimentos brutos de arrendamento (rentabilidade de uma propriedade num ano) estão a aumentar nas principais cidades do Sul da Europa. O crescimento médio dos preços de arrendamento ultrapassou o crescimento médio dos preços de venda, levando assim a rentabilidade bruta nos mercados observados a crescer em média 0.58 pp, em 2022. Dado o contínuo crescimento das rendas e maior pressão sobre os preços de venda, há fortes razões para esperar que esta tendência continue em 2023, com o setor residencial a oferecer perfis de rentabilidade mais atraentes.
Em Dezembro do ano passado, Barcelona acumulou a maior percentagem de rentabilidade bruta com 5,9%. Milão atingiu 5,7%, Lisboa 5,2%, Madrid 5,0% e Paris 3,9%.
No que respeita a previsões para 2023 no arrendamento, o défice de oferta estrutural existente continuará a impulsionar o crescimento das rendas na maioria das principais cidades em 2023. Não se prevê que esta situação seja atenuada por outros fatores, tais como o custo crescente do financiamento e a redução dos preços das casas, o que encoraja ainda mais uma solução de arrendamento a longo prazo.
Preços de habitações para venda devem estagnar em 2023
O grau de correção dos preços nos diferentes mercados de habitação dependerá dos padrões históricos de crescimento, da acessibilidade atual e da estrutura da oferta. Volumes de transação mais baixos irão provavelmente precipitar a correção de preços uma vez que os vendedores são lentos a ajustar as expectativas e o mercado repõe o atraso de meses.
Apesar dos preços da habitação possivelmente mais baixos, prevê-se que a opção de arrendamento a longo prazo continue a crescer como uma alternativa popular. Em 2023 estima-se que os preços de arrendamento aumentem em toda a Europa, enquanto os preços para compra de habitação deverão estabilizar ou cair ligeiramente em 2023, ao analisar Lisboa, Madrid, Barcelona, Paris e Milão.
“Considerando o contexto macroeconómico na Europa, incluindo o provável aumento persistente da Euribor, esperamos que o setor de arrendamento residencial continue a ganhar quota de mercado, e a abrandar o crescimento nos mercados de venda residencial principalmente devido a taxas hipotecárias mais elevadas e à diminuição do poder de compra” concluiu Patricia Zaldivar, Especialista Sénior de Transações da CASAFARI Asset Management.
A CASAFARI encontra-se numa posição única para observar as principais tendências do mercado imobiliário em muitas das principais cidades da Europa. Dispondo de tecnologia própria para indexar, agregar e analisar 250 milhões de anúncios de 30.000 fontes de informação online, a CASAFARI disponibiliza o seu serviço aos principais agentes no mercado imobiliário.