Imobiliário: Preços de casas com quebra ligeira em outubro

Foto de Nathalia Segato em Unsplash

Com base em dados de outubro, cerca de um quinto dos municípios portugueses (19,2%) já evidenciam sinais de erosão (em termos homólogos) nos preços dos imóveis residenciais, facto que se deve em grande medida ao arrefecimento imobiliário resultante da pandemia do Covid-19, mas que também pode ser explicado (pese embora, em menor grau), por outros fatores.

A reduzida dimensão de muitos municípios, contribui para uma maior volatilidade dos preços apurados. Parte deles evidenciavam quebras nos preços face a outubro do ano passado, com reduções inferiores a 2,5%, pelo que, ainda assim, estes dados não podem ser lidos de forma determinística, uma vez que se encontram dentro da margem de erro do estudo.

Desta forma, não sendo sinónimo de dinamismo imobiliário ou recuperação do sector, este cenário não pode igualmente ser percecionado como uma eventual queda nos mercados residenciais, revela a consultora imovendo que realizou a pesquisa publicada em novembro.

Como sinal positivo está o dinamismo do lado da Oferta, que se mantém estável em termos nacionais, verificando-se um fluxo constante e sustentável de novos produtos imobiliários (inserido diretamente por particulares, como por empresas de mediação imobiliária e promotores), com 14,3% dos Apartamentos e 8,7% das Moradias a entrarem no mercado há menos de 30 dias.

Concelhos de Lisboa, Cascais e Oeiras são os mais caros do país

Colocando o enfoque de análise no distrito de Lisboa, constata-se que a capital apresenta os valores mais altos por m2 no País, sendo acompanhada por Cascais e Oeiras, sem que seja percecionada qualquer inflexão desta realidade, ou ajustamento em baixa significativa dos valores praticados.

“O distrito de Lisboa apresenta uma heterogeneidade muito grande, pois reúne os três municípios mais caros do país, a par de áreas urbanas limítrofes com valores de referência substancialmente mais baixos que, em alguns casos, têm visto os seus valores de referência serem impactados por uma crescente procura de famílias que não conseguem adquirir casa na capital”, destaca Manuel Braga, CEO da Imovendo.

Apesar desta tendência de valorização dos ativos residenciais, os dados de Outubro mostram que no distrito de Lisboa, a tendência de preços mantém uma valorização efetiva em termos homólogos (tanto em apartamentos, como moradias), com exceção da Lourinhã que, face a outubro de 2019, sentiu um arrefecimento de 2,8% nos asking prices dos apartamentos. O estudo Regional Market Insights é realizado pela Imovendo em 18 distritos do Continente e nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. A pesquisa incide na oferta imobiliária no mercado habitacional, avaliando o preço proposto pelo vendedor, o seu valor por metro quadrado e o tempo médio de divulgação até à venda.  

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