Indústria precisa de novas ferramentas para enfrentar incerteza

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Falhas na produção levam as empresas a pensar novas formas e tecnologias que ajudem o setor a competir num panorama marcado pela incerteza. No relatório anual da Salesforce os líderes de empresas apontam para o aumento da eficiência nos processos e para a transformação digital como as principais prioridades para os próximos 2 anos.

A Salesforce, empresa tecnológica multinacional líder em Customer Relationship Management (CRM), lançou o seu primeiro relatório anual Trends in Manufacturing Report, que vem evidenciar os efeitos alargados da pandemia no setor industrial. O estudo evidencia que as empresas do setor tiveram de alterar estratégias e modelos de negócio, e que se confrontaram com falhas no processo de produção, levando a pensar novas formas e tecnologias que ajudem o setor a competir num panorama marcado pela incerteza.

Num processo de auscultação de mais de 750 empresas da indústria na América do Norte, América Latina e na Europa, o relatório da Salesforce vem demonstrar que a incerteza é a principal força de mudança para uma maior agilidade, assim como para reinventar determinadas funções dentro das cadeias de produção.

81% dos operadores do setor industrial dizem precisar de novas abordagens e novas ferramentas de previsão de capacidades de produção, e 95% admite até aplicar processos manuais nestas previsões. Navegando pela incerteza dos próximos tempos, os líderes das empresas do setor apontam para o aumento da eficiência dos processos (88%); o planeamento da procura (88%); a transformação digital (86%) e a oferta de novos serviços (81%) como as principais prioridades para os próximos 24 meses.

A incerteza é a principal força de mudança

“À medida que a indústria recupera da pandemia, podemos observar duas realidades distintas, entre as empresas que estão preparados para o futuro da indústria, e aquelas que não estão a conseguir cumprir com as expectativas” explica Manuel Aveleira, Manufacturing Industry Leader da Salesforce em Portugal. “Nos dias de hoje as empresas do setor industrial precisam de se adaptar à mentalidade de empresa tecnológica, ao mover as suas operações para a cloud, impulsionar a automação e ao criar experiências digitais para os seus clientes. Aquelas que o conseguirem fazer serão as que vão estar melhor posicionadas para o sucesso na próxima década.”

Foto de Henar Langa no Unsplash

Analisando as respostas dadas para a construção do relatório, foi possível dividir o universo respondente entre as empresas que se dizem preparadas para a próxima década, e aquelas que, devido à insuficiência dos seus sistemas e tecnologias, não esperam sobreviver no futuro. As principais diferenças observadas estão relacionadas com as prioridades apontadas para os próximos dois anos, indicando que as empresas se sentem preparadas para 2020-2030, são as que já iniciaram um profundo processo de digitalização, sendo que 77% já têm pelo menos uma parte dos seus sistemas na cloud.

À medida que a indústria procura diversificar o seu modelo de negócio, estão a unir o processo de fabrico de um produto, apoio ao cliente, software e outros serviços numa só linha, num processo conhecido por servitização. A maioria das empresas industriais que se sentem preparadas para o futuro (86%) afirmam que a servitização faz parte da sua estratégia, sendo que 57% já a têm implementada e 29% já a está a expandir. No outro lado da balança, a maioria (62%) dos respondentes que não está preparado para o futuro não apresenta estratégias de servitização.

O estudo Trends in Manufacturing Report da Salesforce foi realizado através de um questionário anónimo feito entre 29 de Agosto e 15 de setembro de 2020 a cerca de 750 empresas do setor industrial nas Américas do Norte e do Sul, Ásia-Pacífico e Europa.

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