O aumento de preços generalizado já se sente de forma mais acentuada em diversas categorias para lá da alimentação e energia. Produtos de higiene, beleza, nutrição e para animais a registaram aumentos que chegam aos 13%, segundo uma pesquisa do site de comparação de preços KuantoKusta.
Na análise realizada à variação de preços, o KuantoKusta identificou maiores subidas durante os meses de março e abril, em comparação com os primeiros dois meses do ano, em produtos de saúde e beleza (+12,75%), alimentação para bebés (+10,73%), produtos veterinários (+8,5%), higiene (+4,6%) e ração para cães (+2,56%).
O comparador de preços prevê ainda que a redução do poder de compra provoque uma maior quebra no consumo das categorias de moda e vestuário, equipamentos e material para escritório, mobiliário e ainda em vários tipos de produtos eletrónicos.
Ricardo Pereira, diretor de marketing do KuantoKusta, avança que, com esta conjuntura e com o clima de desconfiança generalizado, é expectável que as famílias voltem a virar-se para a poupança e que reforcem processos de compra aos quais já vinham a assistir ao longo dos dois últimos anos, em termos de maior consciência dos atos de compra e maior procura de informação.
Segundo o mesmo responsável, “a subida de preços levou muitos portugueses a optarem pelo armazenamento em stock dos bens, com medo de subidas bruscas e acentuadas nos preços. Vão também comprar menos, comparar mais preços e procurar informação mais detalhada sobre os produtos. Em suma: vão redobrar os cuidados e atenção com as suas compras.”
Esta preocupação dos consumidores com a escalada de preços prevista para 2022, ecoa o comportamento das famílias durante a pandemia, já que no 1º trimestre de 2021, o índice de poupança das famílias em Portugal havia atingido recordes históricos.
Sobre as medidas de combate à inflação anunciadas pelo governo, Ricardo Pereira explica que “vão minimizar, pelo menos numa primeira fase, o impacto direto da inflação, no entanto, não vão impedir a perda de poder de compra, na medida em que serão insuficientes para compensar o aumento dos combustíveis, dos produtos energéticos e, por conseguinte, o aumento generalizado dos preços”.