Insolvências duplicam em agosto

Foto de Rawpixel.com em Freepik

As insolvências empresariais em Portugal continuam em ascensão, com um aumento impressionante de 116% em agosto de 2023 em comparação com o mesmo mês no ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este cenário alarmante está a afetar sobretudo as micro e pequenas empresas, com Lisboa e Porto a liderarem a lista de distritos mais afetados.

Segundo uma análise da empresa de consultoria financeira, Capitalizar, o cenário empresarial português tem enfrentado um período desafiador nos últimos anos. José Pedro Pais, partner da Capitalizar, destaca a importância de ações urgentes para reverter essa tendência.

“O aumento das insolvências empresariais é um sinal claro de que as empresas em Portugal estão a enfrentar dificuldades financeiras significativas. No entanto, é fundamental entender que a insolvência não é o único caminho a seguir. O diagnóstico financeiro atempado e o apoio especializado são fatores determinantes no turnaround das empresas”, salienta.

Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, no primeiro semestre de 2023, o país registou um aumento de 25% nas insolvências empresariais em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento preocupante manteve-se no segundo semestre, com os meses de julho e agosto a testemunharem aumentos alarmantes.

No mês de julho de 2023, as insolvências empresariais aumentaram em 23% em comparação com o mesmo mês de 2022. No entanto, foi em agosto que a situação se agravou consideravelmente, com um aumento superior a 116% nas insolvências, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Isso representa um valor absoluto de 2.485 insolvências, destacando a urgência de medidas para conter essa tendência negativa.

Os dados do INE evidenciam que as micro e pequenas empresas, com um volume de negócios inferior a 500 mil euros, continuam a ser as mais afetadas por esta crise. Além disso, os distritos de Lisboa e Porto lideram a lista de casos, registando 566 e 546 insolvências, respetivamente.

Os setores-chave da economia com aumentos nas insolvências em comparação com 2022 são os de Transportes (+14%), Outros Serviços (+13%), Agricultura, Caça e Pesca (+7%), Construção e Obras Públicas (+4,3%), Comércio a Retalho (+2,9%), Indústria Transformadora (+2,6%) e Hotelaria e Restauração (+2,3%) que estão entre os mais afetados.

Para José Pedro Pais “Identificar e abordar os problemas financeiros de forma proativa é fundamental para evitar que uma situação de insolvência se torne inevitável. Com a orientação certa e as estratégias adequadas, as empresas podem superar os desafios financeiros e alcançar o sucesso a longo prazo”, sublinha, acrescentando que a sua consultora tem acompanhado “vários projetos de reestruturação empresarial bem-sucedidos.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui

5 + eleven =