Integração das Pessoas com Incapacidade no Mercado de Trabalho em Portugal

Relatório da Randstad Research destaca a situação laboral das pessoas com incapacidade em Portugal, sublinhando a importância de políticas inclusivas e acessibilidade no mercado de trabalho.

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Estudo da Randstad revela que 59% das pessoas com incapacidade estão desempregadas e que 62% estão em situação de desemprego de longa duração. A análise indica ainda que 77% das pessoas com incapacidade não está a realizar nenhuma formação e que a grande maioria dos entrevistados (92%) acha difícil ou muito difícil encontrar um novo emprego.

A Randstad Research divulgou um relatório que analisa a integração das pessoas com incapacidade no mercado de trabalho em Portugal, destacando a necessidade de políticas inclusivas e acessibilidade. Baseando-se em dados do INE, Eurostat e do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos, o estudo está dividido em três áreas principais: perfil sociodemográfico, análise do mercado de trabalho e análise qualitativa do talento das pessoas com incapacidade.

O perfil sociodemográfico revela que, em 2021, havia 1,09 milhões de pessoas com algum tipo de incapacidade em Portugal, representando 10,9% da população com 5 anos ou mais. As incapacidades mais comuns são relacionadas com mobilidade, seguidas por problemas visuais e cognitivos. A maioria das pessoas com incapacidade são mulheres e idosos, com um nível de escolaridade significativamente mais baixo em comparação com a população em geral, sendo que 21,5% não possuem qualquer nível de escolaridade.

Tipos de incapacidades entre a população portuguesa em idade ativa, atualmente desempregada (fonte: Randstad Research)

No que diz respeito ao mercado de trabalho, a população ativa com incapacidade é de 166 mil pessoas, das quais 147 mil estão empregadas. A taxa de participação para pessoas com incapacidade (entre 15-64 anos) é de 47,6%, enquanto para pessoas sem incapacidade é de 73,1%. A taxa de emprego para pessoas com incapacidade é de 42,3%, em comparação com 67,2% para aquelas sem incapacidade. As pessoas com incapacidade, em idade ativa e desempregadas, são 18 644 pessoas, a que corresponde uma taxa de desemprego de 11,2%, superior à taxa de 8,1% da população geral. Estas pessoas estão também sub-representadas em profissões técnicas e científicas, estando mais concentradas em trabalhos não qualificados.

A análise qualitativa do talento revela que 59% das pessoas com incapacidade estão desempregadas, com 77,2% dos inativos sendo reformados. Existe um desejo marcante por melhores oportunidades de emprego e condições de trabalho entre aqueles que estão empregados. As barreiras ao emprego incluem a falta de experiência, locais de trabalho inadequados e a necessidade de práticas de contratação mais inclusivas. A maioria dos candidatos a emprego com incapacidade encontra dificuldade em conseguir trabalho, com a sua condição sendo o principal obstáculo.

A Deficiência e Inclusão são temas desafiadores para muitas empresas.
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“Esta análise permite-nos perceber que existe ainda uma situação de disparidade no mercado entre pessoas com incapacidade e sem incapacidade. Mas mais do que isso, é importante percebermos de que forma podemos diminuir estas diferenças, quais são as motivações e expectativas desta fatia de pessoas que tem maior dificuldade em encontrar emprego e criar estratégias para colmatar este desafio”, afirma Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal.

As recomendações do relatório incluem a melhoria da acessibilidade e inclusão nos locais de trabalho, a implementação de políticas que incentivem a contratação de pessoas com incapacidade, a oferta de programas de formação e requalificação direcionados, e o reforço das medidas de saúde pública e sistemas de apoio para uma melhor integração no mercado de trabalho.

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