Inteligência Artificial no Trabalho: Trabalhadores receiam que as máquinas lhes tirem o Emprego

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Uma pesquisa global realizada pela Boston Consulting Group (BCG) sobre a Inteligência Artificial no Trabalho revelou que uma em cada três pessoas acredita que a Inteligência Artificial (IA) eliminará seus empregos. Surpreendentemente, apenas 14% dos colaboradores receberam formação sobre como a IA afetará suas funções, em comparação com 44% dos líderes. Apesar das preocupações, 71% dos entrevistados acreditam que as recompensas da IA superam os riscos, mas 79% concordam que regulamentações específicas para a IA são necessárias.

A rápida evolução da Inteligência Artificial (IA), especialmente na sua vertente generativa, está a moldar o futuro das empresas em todo o mundo. No entanto, a perceção sobre os impactos da IA no local de trabalho varia consideravelmente, de acordo com um relatório recente da Boston Consulting Group (BCG) intitulado “AI at Work: What People Are Saying”. A pesquisa, que ouviu 12.800 participantes – entre colaboradores e líderes – em 18 países, oferece insights valiosos sobre como a IA está a afetar o mundo profissional.

Otimismo e Preocupação: Uma Perspetiva Global

O estudo revela uma tendência crescente de otimismo em relação à IA, com 52% dos entrevistados classificando o otimismo como um dos seus principais sentimentos. Esse número representa um aumento significativo em comparação com a última pesquisa, em 2018, e a preocupação caiu de 40% para 30%.

No entanto, a perceção sobre a IA varia substancialmente de acordo com a região geográfica. Países como Brasil (71%), Índia (60%) e o Médio Oriente (58%) lideram em otimismo, enquanto os Estados Unidos (46%), Países Baixos (44%) e Japão (40%) têm taxas mais baixas. Por outro lado, as regiões mais preocupadas com a tecnologia incluem os Países Baixos (42%), França (41%) e Japão (38%), enquanto o Médio Oriente (25%), Brasil (19%) e Índia (14%) estão menos apreensivos.

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Discrepâncias Internas nas Organizações

Dentro das empresas, a divergência de opiniões é notável. Enquanto 62% dos líderes se mostram otimistas em relação à Inteligência Artificial, apenas 42% dos colaboradores partilham desse sentimento. Aqueles que regularmente utilizam IA generativa (62%) tendem a ser mais otimistas do que os não utilizadores (36%). Curiosamente, apenas 20% dos colaboradores se enquadram na categoria de utilizadores regulares.

Mais de um terço dos entrevistados acredita que é provável que seus empregos sejam eliminados pela IA. Para se prepararem para esses efeitos, 86% acreditam que precisarão de formação para aprimorar as suas competências. No entanto, apenas 14% dos colaboradores afirmam ter recebido formação de atualização de competências, enquanto 44% dos líderes foram beneficiados por essa formação.

Regulamentação e Responsabilidade em Destaque

Embora a maioria dos entrevistados (71%) acredite que as recompensas da IA superam os riscos, eles também expressaram a necessidade de regulamentações específicas. A pesquisa destaca que 79% dos participantes acreditam que as regulamentações são fundamentais para gerir a Inteligência Artificial de maneira segura.

As empresas não esperam regulamentações governamentais e estão a desenvolver as suas próprias estruturas de IA responsável. No entanto, a confiança dos funcionários nas medidas de ética da IA varia consideravelmente. Enquanto 68% dos líderes se sentem confiantes, apenas 29% dos colaboradores acreditam que suas empresas implementaram medidas adequadas para garantir o uso responsável da Inteligência Artificial.

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O Futuro da Inteligência Artificial no Trabalho

Os colaboradores estão dispostos a abraçar a Inteligência Artificial no local de trabalho, mas apenas se tiverem confiança de que a tecnologia é usada de maneira ética e responsável. O estudo oferece três recomendações-chave para os líderes: criar espaços para experimentação responsável da IA, investir na atualização regular de competências e priorizar a criação de um programa de IA responsável.

A Boston Consulting Group (BCG), líder global em consultoria de gestão, conduziu este estudo para compreender o impacto da IA nas dinâmicas de trabalho em todo o mundo. Presente em Lisboa desde 1995, a consultora atua em diversos setores, incluindo serviços financeiros, telecomunicações, meios de comunicação, energia, bens de consumo, distribuição, transporte, turismo, indústria e saúde.

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