Internet abre oportunidades para as mulheres entrarem no setor da construção

Imagem de Angelo Esslinger do Pixabay

As mulheres representam menos de 10% de todos os trabalhadores do setor da construção. A Internet poderá ser a ferramenta-chave para ajudar a colmatar essa lacuna de género.

Atualmente a inserção das mulheres no mercado de trabalho não surpreende ninguém, mas mesmo assim, existem profissões onde a presença feminina é recente e substancialmente menor, em comparação com a presença dos homens, como é o caso das profissões relacionadas com o campo da construção.

Em Portugal, este setor económico conta com apenas 7,2% de mulheres no número total de pessoas empregadas no setor da construção, em comparação com 92,8% que são homens, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Ainda assim, os dados revelam que em 2021 havia mais 1.700 mulheres empregadas no setor da construção do que em 2019. Um aumento que os peritos consideram positivo, apesar de advertirem que ainda há muito a fazer.

A plataforma habitissimo, que agrega serviços de profissionais liberais relacionados com as atividades da construção, fez um levantamento dos seus profissionais e concluiu que a internet dá mais oportunidades às mulheres para entrarem neste setor. Os resultados mostram que 13% dos profissionais presentes na plataforma são mulheres, ao passo que os homens representam 87% dos profissionais de construção oferecendo serviços online.

“Se compararmos com os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), podemos ver que as mulheres que utilizam a Internet para promover os seus serviços têm uma maior presença no setor”, sublinha a habitissimo. “A Internet permite aos utilizadores contratar profissionais com base no seu trabalho e na sua reputação online, para além do género do profissional” acrescenta, em comunicado.

O estudo avaliou ainda o estatuto legal dos profissionais presentes na plataforma, revelando que 64% das mulheres são profissionais independentes, e 36% são empresárias com menos de 10 empregados.

Relativamente à atividade principal das empresas lideradas por mulheres, podemos ver que 43% são dedicadas a projetos de renovação de casas. No escalão seguinte surgem os serviços dedicados à limpeza e desinfeção de casas, com 14%; enquanto 12% concentram a sua atividade nos ofícios tradicionais (pintoras, estucadoras, carpinteiras…).

Das empresas lideradas por mulheres, 50% das empresas estão em funcionamento há mais de 2 anos. Nove por cento das empresas estão em funcionamento há entre 1 e 2 anos e finalmente 41% estão em funcionamento há menos de 1 ano. Podemos ver que este último grupo são mulheres que, após a crise do coronavírus, foram forçadas a criar a sua própria empresa a fim de terem um lugar no setor.

“Quando analisamos as causas por detrás das fortes barreiras que impedem a incorporação das mulheres neste setor, deparamo-nos com uma série de ideias enraizadas, que são o resultado de ideias pré-concebidas sobre que tipos de profissões são próprias para os homens e quais são para as mulheres”, destaca o comunicado de imprensa enviado ao Empreendedor, pela plataforma de serviços de construção.

Segundo o estudo da habitissimo, as mulheres que decidem tentar a sua sorte numa atividade que está a crescer “ainda têm de enfrentar numerosos preconceitos e estereótipos”. No entanto, este é um setor que pode oferecer melhores condições e salários do que outros onde as mulheres estão habitualmente presentes.

A Internet tem sido a ferramenta-chave para ajudar a quebrar este fosso entre os sexos que existe em certas profissões.

A plataforma digital habitissimo faz parte da multinacional britânica HomeServe e conecta pessoas que querem melhorar sua casa com uma rede de mais de 240.000 profissionais de diversos serviços na área da construção.

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