Investimento em smart cities gera 60 mil milhões de retorno financeiro

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A Deloitte apresentou os resultados de um estudo global sobre cidades inteligentes. Segundo a pesquisa realizada em 100 cidades a nível mundial, o investimento em Smart Cities irá aumentar 14% em 2020.

O estudo sobre o impacto de mudanças tecnológicas, económicas e demográficas em indústrias, cidades e empresas aponta para um retorno de 60 mil milhões de dólares no investimento das Smart Cities em todo o mundo, os dados foram apresentados por Miguel Eiras Antunes, Líder global de Smart Cities e Governo Local na Deloitte em conjunto com Lou Celi, CEO do centro de investigação norte-americano ESI ThoughtLab, durante o último Smart City Expo World Congress (SCEWC) em Barcelona, evento líder internacional para as cidades e soluções inteligentes urbanas.

Reunindo um benchmarking de 100 cidades, bem como dados e insights de líderes urbanos de Smart Cities de quatro grandes pilares de transformação (tecnologia, dados, cibersegurança e cidadãos conectados), concluiu-se que existem avultados benefícios económicos, comerciais e sociais se as cidades se tornarem melhor conectadas e inteligentes, com impacto em áreas tão diferentes como a mobilidade, a saúde, segurança pública, governo, empresas e, consequentemente, na vida de residentes e visitantes das cidades.

Os dados assinalam que o retorno financeiro é apenas um dos fatores da equação. A ele somam-se os benefícios sociais e ambientais, tais como a redução da criminalidade e do congestionamento, assim como um progresso na saúde pública e no nível de vida.

Em suma, 43% das cidades pesquisadas (e 52% dos city líderes) estariam dispostas a investir num projeto apenas com benefícios sociais e 38% espera obter benefícios intangíveis que não podem ser medidos através do ROI.

Miguel Eiras Antunes, Líder global de Smart Cities na Deloitte assinala que “certo é que as cidades esperam, em média, aumentar os seus investimentos em Smart City em 14% no próximo ano. Para rentabilizar este investimento, a colaboração entre ecossistemas inovadores é uma estrada de um só sentido rumo à ambição global da Deloitte, alinhada com três objetivos: tornar as pessoas mais felizes, aumentar a competitividade económica e utilizar os recursos naturais de forma inteligente. Ser uma smart city é muito mais do que um ‘have to do’ em termos de tendência: o impacto é gigante na vida das pessoas”.

O estudo classificou cidades de acordo com três estados – implementadores, promotores e líderes. O estudo assinala ainda que – de acordo com as cidades – os investimentos em Internet of Things (IoT) irão duplicar nos próximos anos para o meio ambiente e crescerão 50% para edifícios e espaços públicos, energia e eletricidade e gestão de água e resíduos.

A cidade inteligente não se refere apenas à adoção de tecnologia, mas também aos vínculos comerciais com outras cidades e países, além do desenvolvimento de parcerias com os ecossistemas locais e globais de comunidades académicas e comerciais. Por exemplo, 48% das cidades pesquisadas trabalham com instituições académicas para encontrar soluções de Smart Cities, enquanto que 57% das cidades trabalha com empresas e outras entidades não públicas para reunir dados. Espera-se que os dados resultantes de crowdsourcing, geoespaciais e comportamentais aumentem significativamente nos próximos três anos.

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Portugal como Centro de Excelência da Deloitte para Smart Cities

Segundo Miguel Eiras Antunes, “Portugal tem todas as condições para ser pioneiro a nível global na área das Smart Cities. O caso de sucesso de Cascais, mas também toda a transformação no setor da mobilidade em Lisboa e o investimento na transição digital do país criam todas as condições para desenvolver em Portugal produtos tecnológicos internacionalizáveis capazes de serem exemplos a nível global. Considero inclusive que, temos a dimensão adequada para com uma estratégia concertada a nível nacional, podemos ambicionar vir a ser uma referência enquanto Smart Nation, à semelhança de Singapura”

A Deloitte instalou em Portugal um dos seus centros de excelência para Smart Cities, focado no desenvolvimento do seu sistema operativo de cidade: CitySynergy. “A capacidade técnica das nossas pessoas e um grande investimento no desenvolvimento de tecnologia destacou Portugal na rede global da Deloitte e permite-nos hoje liderar a agenda global da Deloitte nesta área das Cidades Inteligentes.”

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Smart Cities: Revolução Verde e Mobilidade

As cidades são um elemento muito importante no combate às alterações climáticas, sendo responsáveis pela emissão de mais de 60% das emissões de gases de efeito de estufa a nível mundial. Por isso, estão a alinhar o seu propósito com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em prol de mundo mais verde.

“Estima-se que 70% da população mundial irá viver em áreas urbanas até 2050, e 90% do crescimento previsto irá estar concentrado na Ásia e África. Apesar das cidades ocuparem 3% do solo terrestre, são responsáveis pelo consumo de 78% da energia do mundo e pela produção de quase dois terços da poluição mundial. Através das tecnologias das Smart Cities, é possível reduzir 90% das emissões das cidades no mundo inteiro e, por esta razão, é urgente acelerar o processo de utilização destas soluções” explica Miguel Eiras Antunes.

Gestão de Recursos e utilização de dados para melhorar a eficiência nos serviços de resíduos, através da otimização da eficiência da recolha, redução do tempo de espera e gestão da equipa em tempo real, recurso a Energia limpa e armazenamento de energia, através de redes inteligentes e criação de um modelo de mobilidade efetiva, são alguns dos eixos de atuação das cidades na Revolução Verde.

Deborah Sills, Líder global de consultoria para Governo e Setor Público da Deloitte, assinalou durante o SCEWC que “é espantoso o número de soluções, fornecedores e capacidades disponíveis a partir do momento em que a cidade passa a ser uma smart city”. Alerta, no entanto, que “um plano de mobilidade pode ser muito complexo, não só pelo rápido desenvolvimento de novas formas de transporte, mas também pela integração em áreas como o acesso aos dados e pagamentos. Hoje temos um enorme fluxo nas nossas cidades, e muitos governos não serão capazes de fazer crescer o orçamento na mesma proporção do crescimento da população. Para além disso, o plano de mobilidade precisa de ter em consideração o envolvimento cívico, sendo necessário arranjar novas formas de alcançar os nossos cidadãos”.

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